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Ocaso do século

(…)

Quem quis se alegrar com o mundo
depara com uma tarefa
de execução impossível.

A burrice não é cômica.
A sabedoria não é alegre.
A esperança
já não é aquela bela jovem
et cetera, infelizmente.

(…)

 

Wisława Szymborska em [poemas]

[Lista] 12 livros para ler em 2017

Se dezembro é o mês dos balanços, janeiro é o mês dos planos! A lista de hoje reúne 12 livros que quero ler em 2017. Tenho certeza de que surgirão muitos lançamentos e compras aleatórias no meio do caminho, mas isso não é problema: a gente vai aumentando a lista! 😉

1. A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, de Svetlana Aleksiévitch: minha melhor descoberta literária de 2016 tem um texto forte e temas pesados, por isso resolvi dar um tempo entre uma leitura e outra. Passados alguns meses de Vozes de Tchernóbil, já estou pronta para A Guerra Não Tem Rosto de Mulher. Também me interessei bastante pelo último lançamento, O Fim do Homem Soviético. Acho que os dois merecem espaço nesta lista!

2. De Amor e Trevas, de Amós Oz: esta será minha primeira leitura extensa do escritor israelense. O livro, que fica entre a autobiografia e o romance, recria, através da simplicidade narrativa de um menino, os caminhos percorridos por Israel no século XX. A obra foi recentemente adaptada para o cinema, sob a direção de Natalie Portman.

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[A Máquina de Fazer Espanhóis] Semana #5

[A Máquina de Fazer Espanhóis] Semana #5

Nesta última leitura, conhecemos um pouco o passado de António e as experiências que formaram, ao longo de mais de oito décadas de vida, a personalidade que vemos aflorar no Lar da Feliz Idade. Para a próxima semana, avançamos mais dois capítulos na leitura de A Máquina de Fazer Espanhóis, de Valter Hugo Mãe – até a página 131, se você tem a edição da Biblioteca Azul, ou até a página 118, se você tem a edição da Cosac Naify.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A ditadura de António Salazar, que governou Portugal por mais de 40 anos, chegou ao romance A Máquina de Fazer Espanhóis. As memórias de António reconstroem esse período obscuro da nação portuguesa.

O narrador relembra a época de seu matrimônio com Laura. A ingenuidade do casal é, aos poucos, minada por uma realidade que em nada parecia com a propaganda de progresso distribuída pelo governo. O espírito de solidariedade em prol do coletivo era apenas um eufemismo para incentivar a resignação dos menos favorecidos. Um povo quieto era, então, mais conveniente:

havia uma decência, com um tanto de massacre, sem dúvida. Mas uma decência que criava um porreirismo fiável que incutia em todos um respeito inegável pelo colectivo, porque estávamos comprometidos em sociedade, por todos os lados cercados pela ideia de sacrifício, pela crença de que o sacrifício nos levaria à candura e de que a pureza era possível.

António, a princípio, não acreditava que as diretrizes políticas afetassem seu dia a dia. No entanto, começa a sentir em sua vida adulta, ao lado de Laura, os efeitos da miséria de oportunidades em uma sociedade desigual. A lembrança da perda do primeiro filho, por falta de recursos, é marcante: Leia mais

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