Neste fim de semana, assisti ao filme A Livraria, baseado no romance homônimo, The Bookshop, da autora britânica Penelope Fitzgerald. Além das cenas cheias de caixas de livros novinhos e prateleiras deslumbrantes, o filme arranca suspiros de leitores vorazes, porque a história se desenvolve em cima de um sonho que a maioria de nós nutre: ter uma pequena e charmosa livraria, que, de tão acolhedora, irá espalhar a paixão pela leitura, até entre aqueles que não têm esse hábito.
A protagonista, Florence Green, é uma viúva que decide abrir, na pequena Hardborough, no litoral da Inglaterra, a primeira livraria da cidade. Ela escolhe como sede do empreendimento um prédio histórico e logo vira alvo da perseguição de Violet Gamart, uma influente figura da elite local, que tinha outros planos para o imóvel.
Em meio a essa tensão, há vários personagens marcantes, como a garotinha que trabalha na loja e acaba encontrando ali o seu lugar no mundo, e o Sr. Brundish, um homem excêntrico, que vive encerrado em sua mansão devorando livros. Quando descobre que Hardborough ganharia uma livraria, Brundish entra em contato com Green e pede que ela lhe envie suas indicações de leitura. É a livreira quem lhe apresenta a literatura de Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451, romance pelo qual ele fica hipnotizado. Nasce, então, a partir dos livros, uma amizade improvável.