Em plena corrida do ouro no oeste dos Estados Unidos, dois irmãos são contratados para liquidar um garimpeiro na Califórnia. Poderia ser mais uma história de faroeste, mas Os Irmãos Sisters, de Patrick deWitt, é um livro de fôlego, em que a missão original da dupla logo cede espaço para uma narrativa que discute compaixão, ganância, fraternidade e moral, ao mesmo tempo em que prende o leitor como poucos romances são capazes.

Boa parte dessa sedução se deve a Eli, o narrador da história. Irmão mais novo da dupla, Eli é a antítese do assassino frio e calculista: sensível, dado a reflexões sobre justiça, ele  se sente desprezado pelo irmão, mas não consegue abandoná-lo.

Entre os desvios de caminho aos quais os dois são submetidos, conseguimos compreender melhor a natureza oposta, mas um tanto complementar, dos dois irmãos. Logo no início do livro, Eli é picado por uma aranha e tem uma forte reação alérgica. Em seguida, uma dor de dente aguda impede que eles prossigam viagem e os dois acabam decidindo pedir abrigo em uma cabana ocupada por uma velha misteriosa.

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