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[Lista] 5 livros para ler em uma hora

Está sem tempo para leitura? A lista de hoje vai acabar com essa desculpa! Elencamos cinco bons livros que podem ser lidos em até uma hora. Se você não está no pique para encarar aquele romance de 500 páginas e não quer perder o hábito da leitura, anote as dicas. Todos esses títulos são a verdadeira prova do ditado “tamanho não é documento”.

1. A Festa de Babette, de Karen Blixen: a chegada misteriosa de madame Babette Hersant à casa das irmãs puritanas Martine e Philippa irá mudar para sempre a realidade da pequena comunidade de Berlevaag, na Noruega. Fugitiva do massacre à Comuna de Paris em 1871, Babette chega à porta das senhoras com uma carta de recomendação de um conhecido da família. Embuídas de sua habitual generosidade, as irmãs acolhem a forasteira que, a despeito da desconfiança inicial, logo se adapta à vida local e se torna uma peça essencial daquele lar:

Com o correr do tempo, não foram poucos os irmãos e irmãs que incluíram o nome de Babette em suas orações, agradecendo a Deus pela silenciosa estrangeira, a trigueira Marta na casa das duas claras Marias. A pedra que os construtores quase recusaram tornara-se a pedra angular.

Tudo caminha sem grandes surpresas por anos a fio, até que um acontecimento traz à tona a vida passada de Babette. A francesa ganha dez mil francos na loteria e decide oferecer às patroas e aos seus convidados um jantar suntuoso, no melhor estilo parisiense, em comemoração ao que seria o aniversário de cem anos do patriarca da família. A escritora dinamarquesa Karen Blixen constrói uma narrativa tocante, cheia de metáforas, sobre descobertas, escolhas e vocações. Um pequeno livro que reforça que a vida é feita de experiências e memórias.

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O romance no futuro

Como será o romance no futuro? É fácil pensar em descrever o passado, com seus acontecimentos mais lentos, mas às vezes me pego refletindo sobre como os escritores vão retratar tempos hiperconectados, de uso massivo das redes sociais, em que as pessoas substituíram uma parte expressiva da comunicação escrita por mensagens diretas e monossilábicas no celular.

Essa mudança de parâmetro, tal qual tantos outros avanços tecnológicos, começa a se refletir sobre a produção literária atual – já temos vestígios do Facebook em Barba Ensopada de Sangue, embora o narrador prefira justamente ficar fora da rede social – e por certo teremos bons romances ambientados em algum momento dos últimos anos, em que aplicativos substituíram mapas, ligações de telefones públicos deixaram de existir e o desaparecimento de algum personagem é quase impossível. De qualquer forma, é com peso no coração que nos vejo dizer adeus às cartas nos romances.

As missivas foram – e ainda o são, em larga medida – uma ferramenta importante para escritores, como mecanismo para resgate de memórias. Alice Munro usa cartas em diversos contos de Fugitiva, e várias ajudam a resgatar fragmentos do passado, a encaixar um personagem em determinado contexto social ou até mesmo a marcar um vazio, quando os bilhetes não chegam na caixa postal.  

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[Resenha] Sempre em Movimento

No começo do ano passado, quando soube que um câncer descoberto nove anos antes tinha progredido para um estágio terminal, o escritor e neurocientista Oliver Sacks não procurou esconder a notícia. Sua reação foi a mais genuína possível para uma vida inteira dedicada à ciência e à escrita: Sacks publicou um artigo muito sereno para o The New York Times, do qual era um colaborador frequente, falando sobre sua doença, suas preocupações, agradecimentos e sua disposição para continuar vivendo da melhor – e mais intensa – forma possível até o fim. 

Em Sempre em Movimento, sua autobiografia lançada no ano passado pela Companhia das Letras, vemos que Sacks tinha, de fato, muito a agradecer. Com sua impressionante curiosidade intelectual e um espírito aventureiro que pouco se encaixam à visão que temos de um neurologista, Sacks viveu uma vida intensa, no qual colecionou paixões, amizades, livros, pacientes e, claro, leitores.

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