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[Canção de Ninar] Semana #4

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O limite tênue que separa o pessoal do profissional e a invisibilidade social de algumas classes trabalhadoras foram os temas centrais no último trecho lido. Onde parecia haver apenas perfeição começam a surgir fragilidades e tensões preocupantes. Para a próxima semana, avançamos até a página 98, ou capítulo 20.

Mariane Domingos e Tainara Machado

O jantar na casa de Myriam e Paul, para o qual Louise é convidada, é um episódio emblemático. A partir de cenas e diálogos sutis, a autora Leïla Slimani carrega a narrativa de significados sociais.

A insistência dos patrões para que a babá participe da celebração, não apenas como cozinheira, mas como convidada, parece, à primeira vista, uma grande gentileza, uma boa forma de reconhecimento. Não demora muito, no entanto, para que o leitor se coloque na pele de Louise e perceba a farsa. A tentativa do casal de incluí-la soa forçada e busca muito mais apaziguar a consciência dos dois, que de algum modo sabiam que a subvalorizavam, do que realmente reconhecer o trabalho da babá. Louise não se sente à vontade, porque, a despeito do clima de festa e de sua condição de “convidada”, aquele ambiente, em nenhum momento, deixou de ser seu ambiente de trabalho:

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[Lista] 5 livros para (tentar) entender o Brasil

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Já dizia Tom Jobim que o Brasil não é para iniciantes. “Nem para iniciados”, completou recentemente o cronista Antonio Prata, em um bom texto sobre o que representa a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não dá para discordar. Está cada vez mais difícil compreender como chegamos até aqui e, principalmente, entender para qual rumo devemos seguir. Nesses momentos, o melhor a fazer é olhar o passado e tentar entender o que a história pode nos ensinar. Entre clássicos como Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda, a livros mais recentes sobre a crise econômica, aqui vão cinco títulos para (tentar) entender o Brasil:

1. Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda: Descrito como um “clássico de nascença” por Antonio Candido, este ensaio, publicado em 1936, continua a ser lido por historiadores e demais interessados em entender os traços formadores do país. Holanda, que fez parte de uma geração que buscou refletir sobre nossas raízes, como Caio Prado Jr. e Gylberto Freire, investiga nesse livro os regionalismos que nos deram origem, fala da figura do “homem cordial” e aborda ainda a dificuldade de entender os limites entre o público e o privado, talvez o aspecto mais interessante para refletirmos sobre a atualidade.

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[Divã] Quem nunca quis ter uma livraria?

Neste fim de semana, assisti ao filme A Livraria, baseado no romance homônimo, The Bookshop, da autora britânica Penelope Fitzgerald. Além das cenas cheias de caixas de livros novinhos e prateleiras deslumbrantes, o filme arranca suspiros de leitores vorazes, porque a história se desenvolve em cima de um sonho que a maioria de nós nutre: ter uma pequena e charmosa livraria, que, de tão acolhedora, irá espalhar a paixão pela leitura, até entre aqueles que não têm esse hábito.

A protagonista, Florence Green, é uma viúva que decide abrir, na pequena Hardborough, no litoral da Inglaterra, a primeira livraria da cidade. Ela escolhe como sede do empreendimento um prédio histórico e logo vira alvo da perseguição de Violet Gamart, uma influente figura da elite local, que tinha outros planos para o imóvel.

Em meio a essa tensão, há vários personagens marcantes, como a garotinha que trabalha na loja e acaba encontrando ali o seu lugar no mundo, e o Sr. Brundish, um homem excêntrico, que vive encerrado em sua mansão devorando livros. Quando descobre que Hardborough ganharia uma livraria, Brundish entra em contato com Green e pede que ela lhe envie suas indicações de leitura. É a livreira quem lhe apresenta a literatura de Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451, romance pelo qual ele fica hipnotizado. Nasce, então, a partir dos livros, uma amizade improvável.

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[Canção de Ninar] Semana #2

Que começo, queridos leitores! Em pouco mais de 20 páginas, Leïla Slimani já conseguiu prender nossa atenção. Foi difícil interromper a leitura, rs! Para a próxima semana, avançamos até o capítulo 10, que termina na página 52.

Mariane Domingos e Tainara Machado

Canção de Ninar já entrou para aquela lista de livros com inícios arrebatadores. Logo nos primeiros parágrafos, Slimani nos coloca frente a frente com uma cena aterradora: duas crianças mortas e uma mãe em choque. A vivacidade de suas descrições, tanto dos aspectos físicos quanto das emoções, é notável. Impossível não partir avidamente para o próximo capítulo.

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“Eu queria que você visse o que realmente é a coragem, em vez de pensar que coragem é um homem com uma arma na mão. Coragem é quando você sabe que está derrotado antes mesmo de começar, mas começa assim mesmo, e vai até o fim, apesar de tudo. Raramente a gente vence, mas isso às vezes pode até acontecer.”

 

Harper Lee em O Sol é Para Todos

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