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[Divã] Escritores-heróis

Para quem gosta de literatura, escritores são rockstars, com direito a nome de rua ou estátua na praça. Pegamos autógrafos, enfrentamos filas, temos curiosidade para saber de onde vêm as ideias para os livros, quantas horas por dia trabalham, suas opiniões políticas, seus ídolos e por aí vai.

Na última semana, enquanto escrevia a resenha sobre o livro de contos O Sucesso, procurei um pouco mais sobre a autora Adriana Lisboa e me deparei com uma entrevista em que ela afirma que a profissão do escritor é muito mitificada e que ela busca quebrar essa visão, porque, em sua opinião, a escrita é um trabalho importante no mundo como outro trabalho importante qualquer. Ela diz:

Poderia estar aí sendo mergulhadora, astronauta, musicista ou seja lá o que fosse. São trabalhos viáveis, possíveis, eu sei disso. E que essa coisa, essa aura em torno da atividade do escritor ou do artista, de um modo geral, é algo que a gente precisa colaborar para diminuir um pouco, porque isso gera egos inflados demais. (…) Para mim é uma coisa simples, ser escritora, porque eu gosto em primeiro lugar. É um cotidiano muito simples.

Fiquei intrigada com essa declaração. Eu sou do tipo de leitora que ama ler perfis, assistir a palestras e ver debates que envolvem escritores, justamente porque acho que eles têm algo a dizer que eu não enxergo, ou não vivo, em meu cotidiano, diferente de outras ocupações que me parecem mais próximas.

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[Resenha] O Sucesso

Intensidade e precisão são duas características essenciais a um conto. Na coletânea O Sucesso, a escritora brasileira Adriana Lisboa equilibra esses dois elementos em narrativas envolventes cujo principal mérito é partir de episódios cotidianos para construir boas reflexões sobre as relações humanas.

As nove histórias têm personagens que lidam, em diversas fases da vida – infância, meia-idade ou velhice – com sentimentos arrebatadores – saudade, decepção, medo, desejo, raiva, entre outros. Essas diferentes faixas etárias revelam a habilidade de Lisboa em colocar o leitor, independentemente de sua idade, na perspectiva de quem conta ou vive a história.

No conto que empresta o título à coletânea, por exemplo, as personagens principais são duas adolescentes imersas naquele período de transição em que fantasia, expectativa e realidade misturam-se em um turbilhão de sentimentos:

Que estupidez ter doze anos de idade. Um mundo de criança para trás, os brinquedos recém-guardados na gaveta e uma facilidade no trato com as coisas e com as pessoas que havia desaparecido num estalo. Um purpurinado mundo adolescente diante delas, quase ao alcance da mão, mas ainda faltava. Ainda faltava. Aquele lugar onde elas estavam se chamava inferno. O inferno dos doze anos de idade. O corpo insubmisso, a realidade insubmissa.

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[Enclausurado] Semana #1

Todos animados para começar o ano com a leitura de Enclausurado, de Ian McEwan? Para a próxima sexta-feira, leremos os dois primeiros capítulos, até a página 26. Acompanhe com a gente!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Um dos lançamentos mais comentados de 2016, Enclausurado, desperta a atenção pela originalidade de seu enredo. Quem imaginaria um feto como narrador de uma trama nada ingênua? A resposta certa é: o escritor inglês Ian McEwan.

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[Resenha] História de Quem Foge e de Quem Fica

O terceiro volume da tetralogia napolitana de Elena Ferrante, publicado no Brasil pelo selo Biblioteca Azul, não só mantém o vigor narrativo dos dois primeiros livros como amplia fronteiras e aprofunda relações [leia também a resenha de A Amiga Genial e História do Novo Sobrenome]. A amizade entre Elena Greco e Rafaella Cerullo cede espaço, como tema central, para a crescente tensão social na Itália das décadas de 60 e 70. A desigualdade, pano de fundo sempre presente nas histórias do bairro, ganha protagonismo quando Elena “foge” e Lila fica em Nápoles.

Elena Greco, a narradora, sempre soube que precisava deixar o bairro e via como válvula de escape a educação. Com autodisciplina, persistência e o apoio velado da mãe ( apesar dos conflitos entre as duas), consegue se formar, escrever e publicar um livro, o que lhe abre as portas da academia, dos jornais e até de uma proeminente família milanesa, os Airota.

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[Lista] 5 resoluções literárias de ano-novo

É hora de fazer a lista mais famosa de todas: a de resoluções para o ano-novo! Se vamos cumprir ou não, pouco importa. A graça é planejar e ficar com aquela sensação de que vai dar tudo certo! Listei aqui embaixo cinco metas literárias para 2017. Algumas ainda estão em aberto, por isso conto com sugestões e dicas nos comentários!

1. Calhamaços, aí vou eu!

2016 foi um ano em que li vários livros e conheci muitos escritores novos, mas senti falta de uma leitura extensa, daquelas que nos acompanham por meses e nos fazem chorar de saudade dos personagens quando viramos a última página.

Eu sempre acho que esse tipo de empreitada funciona melhor quando há um grupo de apoio. Afinal, você passa tanto tempo imerso na história que precisa de alguém com quem compartilhar o seu mundo paralelo. Maratonistas de séries do Netflix sabem do que estou falando!

Já tenho algumas opções na estante: volumes 1 e 2 de Minha Luta, do Karl Ove Knausgård; Graça Infinita, do David Foster Wallace (como veem, falhei na meta de terminá-lo ainda neste ano); Pureza, de Jonathan Franzen. Aceito recomendações e convites para grupos de apoio, rs!

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