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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #5

Ideias sobre o significado do primeiro amor e as dificuldades de lidar com o desaparecimento das pessoas foram destaque nesta última leitura de O Amor dos Homens Avulsos, de Victor Heringer. Cada vez mais, aparecem trechos do Camilo adulto, lutando para não perder as lembranças que lhe restam de Cosme. Para a próxima semana, vamos até  capítulo 64, na página 107.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A partir de um narrador mais velho e desesperançoso com a vida que lhe resta, O Amor dos Homens Avulsos recupera o poder das descobertas e  dos inícios. Camilo e Cosmim, soltos pelas ruas do bairro do Queím, começam juntos, com o restante dos meninos do bairro, a desbravar a sexualidade.

Em uma tarde, os meninos se juntam na ex-senzala em uma rodinha, e aos poucos Camilo entende que aquilo será uma sessão de masturbação coletiva. Apesar do desconforto que o domina, a cena ganha contornos de ternura com o gesto de intimidade trocado por ele e Cosme. Enquanto os meninos tiram as calças e começam a atividade coletiva, o narrador fica perdido, sem reconhecer naqueles gestos suas próprias práticas. Com um meneio de cabeça, Cosmim lhe mostra o caminho, um momento que ficará para sempre gravado na memória do narrador.

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #3

O Amor dos Homens Avulsos avançou um pouco mais nas memórias do narrador sobre sua juventude e a relação com Cosme, o menino que chegou de repente para mudar sua vida. Victor Heringer continua a nos mostrar uma voz extremamente madura para um autor tão jovem. Está gostando da leitura? Para a próxima semana, vamos até o capítulo 34, na página 66.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Quando Cosme volta para casa, após o breve sumiço, a reação do narrador não é das melhores. O ódio que ele dizia sentir pelo garoto se materializa em uma agressão que acaba mal para os dois. Cosme ganha um machucado no rosto e o narrador tem o braço engessado.

Com habilidade, Victor Heringer consegue construir várias camadas de sentimentos tendo como ponto de partida esse ato de violência. Há o ódio, sobre o qual falamos na semana passada, que vem do estranhamento que a chegada do menino causa no garoto em um primeiro momento.

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #1

Chegamos ao sexto Clube do Livro do Achados & Lidos e não poderíamos estar mais animadas! Pela primeira vez nessa seção do blog, leremos um autor brasileiro, que vem sendo muito bem recomendado. Para a próxima sexta-feira, avançamos os seis primeiros capítulos de O Amor dos Homens Avulsos, até a página 21. Acompanhe com a gente!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Não é segredo que somos duas entusiastas da literatura brasileira. Os clássicos nacionais têm espaço garantido aqui no blog e sempre nos empolgamos quando aparece um nome promissor no cenário contemporâneo.

Normalmente, quando um livro desperta a nossa atenção, as indicações se acumulam. Primeiro, foi aquela visão chamativa na livraria, já que olhar nenhum consegue se desviar da bonita edição da Companhia das Letras, de um amarelo bastante vivo, com seus motivos equestres. Depois, veio a recomendação do Michel Laub, um dos autores brasileiros preferidos da Tatá. Em sua conta pessoal no Instragram (sim, a gente stalkeia nossos escritores favoritos, não tem jeito), Laub postou uma imagem com quatro livros. Além de O Amor dos Homens Avulsos, constavam na seleção também Meia-Noite e Vinte, do Daniel Galera (que já resenhamos), Como Se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, da Elvira Vigna (que está na fila de leituras) e Simpatia pelo Demônio, do Bernardo Carvalho, com a legenda abaixo: Leia mais

“(…) Para ganhar um ano novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano-Novo
cochila e espera desde sempre.”

 

Carlos Drummond de Andrade
em Receita de Ano-Novo

[Resenha] O Sucesso

Intensidade e precisão são duas características essenciais a um conto. Na coletânea O Sucesso, a escritora brasileira Adriana Lisboa equilibra esses dois elementos em narrativas envolventes cujo principal mérito é partir de episódios cotidianos para construir boas reflexões sobre as relações humanas.

As nove histórias têm personagens que lidam, em diversas fases da vida – infância, meia-idade ou velhice – com sentimentos arrebatadores – saudade, decepção, medo, desejo, raiva, entre outros. Essas diferentes faixas etárias revelam a habilidade de Lisboa em colocar o leitor, independentemente de sua idade, na perspectiva de quem conta ou vive a história.

No conto que empresta o título à coletânea, por exemplo, as personagens principais são duas adolescentes imersas naquele período de transição em que fantasia, expectativa e realidade misturam-se em um turbilhão de sentimentos:

Que estupidez ter doze anos de idade. Um mundo de criança para trás, os brinquedos recém-guardados na gaveta e uma facilidade no trato com as coisas e com as pessoas que havia desaparecido num estalo. Um purpurinado mundo adolescente diante delas, quase ao alcance da mão, mas ainda faltava. Ainda faltava. Aquele lugar onde elas estavam se chamava inferno. O inferno dos doze anos de idade. O corpo insubmisso, a realidade insubmissa.

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