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Praticando o desapego

leitor-no-divaSe há um problema com o qual todo leitor vai se deparar, cedo ou tarde, este é o espaço. A depender do tamanho da sua casa, da disposição das estantes e de suas prioridades (sinto muito por quem também coleciona DVDs), esse encontro de contas pode vir logo ou demorar uns bons anos, mas é inevitável.

O meu aconteceu há pouco tempo. Mudei-me recentemente para uma casa menor e com muito menos armários e prateleiras. Para a minha sorte, o apartamento novo tem uma bela estante, mas há o inconveniente de que ela não é toda minha. Pior ainda, tenho que dividi-la com livros de direito, que ocupam um espaço enorme.

Por isso, fui obrigada a praticar o desapego. Gostaria de poder escrever que foi uma experiência libertadora, que eu consegui reduzir a coleção a uma lista seleta de títulos bem escolhidos e que doei tudo o que tinha, mas seria uma mentira. Até porque a separação não foi traumática: a parte da minha (já não tão) pequena biblioteca que eu não pude trazer ficou na minha mãe.

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[Lista] 10 livros para ler em 2016

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1. Linha M (Patti Smith): Há alguns anos, a cantora e escritora Patti Smith escreveu Só Garotos,  em que fala de sua história ao lado do fotógrafo Robert Mapplethorpe. O livro foi bastante elogiado e peguei ele na mão várias vezes nas livrarias, mas acabei não levando. No ano passado, ela publicou Linha M, sobre perdas, memórias, melancolia. As críticas foram amplamente favoráveis e em breve chega a edição traduzida pela Companhia das Letras. Dessa vez não haverá hesitação na fila do caixa.

2. Minha Luta (Karl Ove Knausgard): Minha Luta é, na verdade, uma (longa) série autobiográfica, que tem início com A Morte do Pai. A New Yorker publicou recentemente um excerto do quinto livro, “Na Academia de Escrita”, e me entusiasmou a enfrentar as quase 3,5 mil páginas dos seis volumes. Vamos ver se não será mais um capítulo da série Eternos Começos.

3. Purity (Jonathan Franzen): Jonathan Franzen foi chamado de “o grande romancista americano” pela revista Time em 2010, quando a publicação colocou seu quarto romance, Liberdade, na capa. Cinco anos depois, o mestre em tratar de dramas típicos de famílias de classe média, volta com Purity,  sobre uma menina de 23 anos afundada em dívidas estudantis, sem saber o que fazer da vida. Ainda não ganhou tradução em português, mas não pretendo esperar até lá.

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