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[Lista] 5 livros menos conhecidos de grandes escritores

Quer conhecer a escrita de autores clássicos, mas está sem coragem para enfrentar logo de cara os calhamaços mais famosos? Ou, então, já leu vários livros de um grande escritor e está procurando títulos menos conhecidos para se aprofundar em sua obra? Esta lista será útil para você! Selecionamos cinco livros que, embora não sejam os mais célebres desses autores, são ótimos representantes da sua literatura.

1. Salões de Paris, de Marcel Proust: quando se fala de Proust, o primeiro nome que vem à cabeça é Em Busca do Tempo Perdido. No entanto, é preciso bastante dedicação para concluir os sete volumes dessa obra-prima. Caso falte disposição, não se preocupe. Isso não quer dizer que você não possa conhecer a escrita ímpar desse ícone da literatura francesa.

Salões de Paris reúne 22 textos de Proust, publicados entre o final do século XIX e início do XX, a maioria deles no Le Figaro. Nessa coletânea, é revelada a faceta do Proust jornalista que, em muitos aspectos, lembra a do célebre Proust romancista. De crônicas que versam sobre as festas requintadas da Paris do início do século XX até ensaios que refletem sobre memória e família, nesse livro, é possível apreciar toda exuberância do rebuscado estilo proustiano.

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[Lista] 5 livros para viajar à Rússia

Estamos a quase 15 dias da Copa do Mundo da Rússia! Esse país de dimensões continentais estará, mais do que nunca, sob os holofotes. Embora a expectativa seja ver todo burburinho de perto, a realidade que nos resta é acompanhar tudo do sofá de casa mesmo, rs. Aos jogos, podemos assistir pela televisão. E o turismo?! Bem, esse podemos dar um jeitinho com a literatura! Separamos cinco livros, para você mergulhar na cultura russa e viajar sem sair de casa.

1. A Dama do Cachorrinho e outros contos: gosta de narrativas curtas? Então, vamos começar com um dos maiores contistas de todos os tempos: o russo Anton Pavlovitch Tchekhov.

Com textos breves e sugestivos, que exploram com habilidade os silêncios, Tchekhov traz para ficção os raros instantes extraordinários da vida comum. Seus personagens, em sua maioria, carregam o desencanto que é estar no mundo. A partir de episódios aparentemente banais, em que o não-dito predomina, suas histórias lançam um olhar crítico sobre o comportamento humano.

Um bom exemplo é o conto Um Conhecido. Nessa narrativa de menos de cinco páginas, a “encantadora Vanda”, uma dançarina de clubes noturnos, se vê em situação de penúria, doente e na miséria. Ela decide, então, procurar um dos seus antigos clientes para emprestar-lhe dinheiro. O “conhecido” não apenas não a reconhece como ainda a trata com desdém:

Saindo para a rua, sentiu uma vergonha ainda maior que antes, mas não era mais da pobreza que se envergonhava. Não reparava mais em que não estava usando chapéu alto e casaquinho da moda. Caminhou pela rua, cuspindo sangue, e cada cusparada vermelha falava-lhe de sua vida, uma vida má, difícil, e das ofensas, que havia suportado e ainda haveria de suportar, no dia seguinte e dentro de uma semana, dentro de um ano, durante toda a vida, até a morte….

Que escrita poderosa, não? Nessa coletânea da Editora 34, estão 36 dos melhores contos de Tcheckhov, traduzidos diretamente do russo por Boris Schnaiderman.

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[Resenha] Gente Pobre

Gente Pobre, primeiro romance de Fiódor Dostoiévski, foi publicado quando ele tinha apenas 25 anos. Antes mesmo do lançamento oficial do livro, o escritor já era sensação nos círculos literários russos, que se surpreenderam com a nova abordagem que o jovem trouxe à chamada “escola natural”, corrente do realismo russo em voga na época.

Nesse romance epistolar, Dostoiévski conta a história de Diévuchkin, um funcionário público das escalas mais baixas, e Varvara, uma jovem órfã e injustiçada. Por meio das cartas que os dois amigos trocam, nota-se que, a despeito de toda penúria de recursos que enfrentava, Diévuchkin age como um verdadeiro protetor da garota. Ela, por sua vez, também sempre se mostra disposta a ajudá-lo, sem se importar com os mexericos que tal relação poderia suscitar.

A pobreza dos personagens contrasta com a nobreza de seus sentimentos – uma fórmula até então tímida na literatura russa. Dostoiévski arrisca-se evidenciando que os pobres também eram capazes do comportamento virtuoso que se imaginava exclusividade dos ricos generosos. A classe que sempre fora retratada como receptora da bondade alheia se manifesta solidária, de maneira ainda muito mais genuína do que aqueles que abdicavam de recursos que não lhe fariam falta.

Dostoiévski retrata as classes oprimidas sem cair em uma análise excludente ou superficial, como acontecia nos ensaios fisiológicos dos tipos urbanos, que se apoiavam no mote clichê do homem pobre com destino trágico, uma vítima passiva de infortúnios.

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“Compreende, será que compreende, meu caro senhor, o que significa não se ter mais para onde ir? (…) porque é preciso que toda pessoa possa ir ao menos a algum lugar…”

 

Fiódor Dostoiévski em Crime e Castigo

[Lista] 5 razões para ler Dostoiévski

Neste mês de novembro, a revolução russa completa 100 anos! E já que esse país de dimensões e contradições continentais está na pauta, não podemos perder a oportunidade de trazer um pouco de literatura russa ao blog. A lista de hoje segue essa proposta, com um objetivo muito nobre: convencer você a ler o gênio Fiódor Dostoiévski!

1. Sua escrita alcança os mais recônditos meandros da consciência humana.

Os personagens de Dostoiévski são tão transparentes que chega a ser assustadora a empatia que eles despertam. Em Crime e Castigo, por exemplo, quando menos esperamos, já estamos mergulhados na angústia do atormentado Raskólnikov, tentando, junto com ele, encontrar saídas para o injustificável. Finda a leitura, parece até que dividimos com o personagem o fardo de um crime.

No livro O Fim do Homem Soviético, de Svetlana Aleksiévitch, há um trecho em que um dos seus entrevistados sintetiza muito bem essa marca das obras de Dostoiévski e da literatura russa em geral:

A misteriosa alma russa… Todos tentam entendê-la… Leem Dostoiévski… O que eles têm lá além da alma? Nós além da alma só temos mais alma.

A maestria de Dostoiévski para ouvir a consciência humana e colocar em palavras suas ambiguidades o torna universal e atemporal. Sua narrativa habita justamente o limite tênue entre o herói e o anti-herói, entre o louvável e o condenável, revelando, com clareza, que a matéria-prima da natureza humana é a contradição.

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