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Garota, Mulher, Outras (Companhia das Letras, 496 páginas), de Bernardine Evaristo, reúne várias histórias curtas de personagens fortes, com trajetórias marcadas por desafios relacionados à raça, sexualidade e classe. À primeira vista, essas narrativas parecem histórias independentes, mas à medida que a trama avança, elas acabam se cruzando de alguma maneira.

Mais do que um estilo narrativo, essa intersecção entre breves relatos se revela uma harmonia perfeita entre forma e conteúdo. Afinal, uma das principais mensagens que ecoam da escrita de Evaristo é a de que todos os seres humanos se conectam de alguma forma, seja por suas afinidades, suas trajetórias ou, o mais evidente, por seus laços sanguíneos.

Apesar das muitas oportunidades de conexão, a realidade da vida em sociedade se mostra bem menos tolerante. As personagens criadas por Evaristo, em sua maioria mulheres negras imigrantes ou filhas de imigrantes, experimentam, cada uma sob uma perspectiva de tempo e espaço, a injustiça da opressão contra minorias.

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