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Possuía um sangue-frio insuperável, uma tranquilidade aparente que mascarava terríveis exaltações.
Essa é Thérèse Raquin (Penguin Books, 240 páginas), protagonista do romance homônimo de Émile Zola. Uma jovem que sofre de uma existência monótona: divide seus dias entre um casamento infeliz com o primo doente, Camille, e o trabalho na loja da sogra, situada numa passagem obscura de Pont-Neuf, em Paris.
Os traços rígidos e o semblante impenetrável de Thérèse escondem um temperamento dominado pelos nervos. Quando seu destino se cruza com o do impulsivo Laurent, amigo do seu marido, o resultado é explosivo e trágico.
Os desejos carnais levam a dupla ao adultério. O desejo de liberdade leva-os ao assassinato de Camille. Nasce, então, um remorso corrosivo que, segundo Zola, no prefácio da segunda edição do romance, se relaciona mais com uma disfunção no sistema nervoso que com questões da alma: