A América se encontrava no limiar do século XX, era uma nação de engrenagens a vapor, locomotivas, naus aéreas, motores a combustão, telefones e prédios de 25 pavimentos.
E o que se escondia por trás de todo esse progresso? É isso que nos mostra o escritor americano E. L. Doctorow no ótimo romance Ragtime. Dois núcleos de personagens sem nomes conduzem essa narrativa que poderia ser a de qualquer americano que viveu o período.
A família de classe média alta de Papai, Mamãe, Vovô, Irmão Mais Novo e Menino – sim, é dessa maneira genérica que eles são identificados – representa a parcela que se beneficiou financeiramente do progresso capitalista, embora não se possa dizer o mesmo do seu equilíbrio psicológico.