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[Lista] 24 livros para ler em 2018 (parte 2)

Depois da lista da Mari, recheada de boas dicas (especialmente se você colocou entre suas metas para 2018 ler mais mulheres), agora é a minha vez de selecionar 12 títulos para ler em 2018. Tentei me desafiar e incluir mais clássicos, novos autores e gêneros. Confira a lista abaixo e conte nos comentários em qual leitura você vai me acompanhar neste ano!

1. Frankenstein, de Mary Shelley, completa 200 anos de publicação em 2018. Ótima desculpa para revisitar uma das mais famosas histórias da literatura, com mais de 300 edições e 90 adaptações para o cinema em todo o mundo, não é? Li esse livro (em uma versão adaptada) na adolescência, mas é hora de encarar a versão original do Prometeu Moderno.

2. Clarice, de Benjamin Moser, entrou na lista como a biografia selecionada para o ano. Como já contei aqui, gosto muito desse gênero, e sempre mesclo minhas leituras de ficção com obras não-ficcionais. No entanto, percebi que a lista publicada no começo do blog é dominada por homens. Para mudar isso, vou me dedicar à história de uma das nossas autoras mais incríveis, escrita com maestria por um dos maiores conhecedores de sua obra, Benjamin Moser.

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[Resenha] A Noite da Espera

A folha de rosto de A Noite da Espera, novo romance de Milton Hatoum que chega às livrarias pela Companhia das Letras, traz o seguinte verso do poeta sírio Adonis:

A solidão é a tinta da viagem.

Martim, o jovem narrador desse romance, primeira parte da trilogia O Lugar Mais Sombrio, descobrirá essa verdade rapidamente. Depois da separação dos pais, é levado a se mudar para Brasília na companhia do pai. Deixando o ambiente que lhe é familiar, a capital recém-criada, ainda quase vazia e marcada pela tensão do golpe militar de 64, é um reflexo do cotidiano que Martim enfrenta em casa: a aridez da figura paterna acentua a distância da mãe que dá notícias apenas esporadicamente, a partir de um sítio escondido do qual se sabe muito pouco.

Na contracapa desta edição, que recebemos autografada por Hatoum (pulinhos de alegria!), a crítica literária Leyla Perrone-Moisés comenta que da multidão de escreventes que temos hoje, poucos merecem o título de escritor, qualificativo que ela atribui ao escritor amazonense. Sem dúvidas, Hatoum é uma das mais potentes vozes no cenário literário brasileiro, capaz de se reinventar a cada novo romance.

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[Resenha] Meio Sol Amarelo

Em sua famosa palestra para o TedTalks, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie falou do perigo da história única, da visão comum e unificada da história africana, um legado do colonialismo. Em Meio Sol Amarelo, livro de 2008 reeditado recentemente pela Companhia das Letras, a autora busca justamente dar voz e cores para a Guerra da Biafra, vista quase sempre por uma única lupa: como mais uma das tantas guerras civis que assolaram o continente.

O centro da narrativa é a casa de Odenigbo e Olanna em Nsukka, cidade universitária nigeriana. Odenigbo é um professor bem relacionado no campus, seguro de si, com voz ativa sobre a independência nigeriana, sobre costumes e heranças do colonialismo. Já Olanna é descendente da classe alta do país, filha de um influente empresário, mas que não se reconhece em seu meio familiar. O personagem mais empático, contudo, é Ugwu, que chega ainda muito novo para trabalhar na casa de Odenigbo, saído de um pequeno vilarejo no qual cada pedaço de peixe era disputado pela família. Seu assombro sobre os costumes descritos por sua tia nos cativa logo na primeira página:

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“As pessoas esperam que você chore quando seu pai morre. Que amaldiçoe o sistema porque ele foi assassinado pela polícia. Que lamente ser de classe média baixa e negro em um estado policial que protege apenas brancos endinheirados e estrelas de cinema de todas as raças (…). Mas não chorei. Achei que a morte dele era um truque.”

 

Paul Beatty em O Vendido

[Resenha] A Trégua

Em É Isto Um Homem (que a Mari já resenhou aqui), o autor italiano Primo Levi encerra seu relato sobre os oito meses que  passou como prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz com a morte de um de seus companheiros de enfermaria, Sómogyi, e a chegada dos russos. As duas últimas frases guardam um tom razoavelmente otimista, que contrasta com a dureza do restante do relato:

Arthur reuniu-se alegremente com a sua família e Charles recomeçou a ensinar; já trocamos longas cartas. Espero poder revê-los um dia.

Levi retoma esse desfecho em A Trégua, uma narrativa igualmente dolorida de uma história menos conhecida sobre a Segunda Guerra Mundial: o difícil retorno dos prisioneiros dos campos de concentração para casa.

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