Quem apostava em um romance de muita reflexão e pouca ação se surpreendeu na leitura da última semana! Para a próxima sexta, avançamos até a página 90 (capítulo 8).
Por Mariane Domingos e Tainara Machado
A morte horrível de Berlioz acelerou o enredo de O Mestre e Margarida. Decapitado por um bonde em alta velocidade, o fim do editor foi ainda mais macabro, porque o Diabo, na figura do estrangeiro intrometido, havia premeditado alguns detalhes da tragédia minutos antes.
O acidente ocorre justamente quando os dois amigos tentavam se livrar da companhia, cada vez mais inconveniente e assustadora, do professor. Quando os amigos começam a questionar a veracidade da história que acaba de narrar, sobre a condenação de Jesus, ele revela que seu relato é cheio de certeza, porque ele havia presenciado o episódio:
– O caso é que… – daí o professor lançou um olhar temeroso ao redor e passou a falar aos sussurros – eu presenciei tudo isso em pessoa. Estive no balcão com Pôncio Pilatos, no jardim, quando ele falou com Caifás, e no tablado, só que em segredo, incógnito, como dizem, então lhes peço que não digam palavra a ninguém, e guardem o mais absoluto segredo! Psiu!