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“Se um dia eu me suicidar, será num domingo. É o dia mais desalentador, mais sem graça. Quem me dera ficar na cama até tarde, pelo menos até as nove ou as dez, mas às seis e meia acordo sozinho e já não consigo pregar o olho. Às vezes penso o que farei quando toda a minha vida for domingo.”

 

Mario Benedetti em A Trégua

[Resenha] A Trégua

Prestes a se aposentar, Martín Santomé não sabe bem o que fará com seu tempo ocioso. Em um diário, ele faz planos para a sua liberdade permanente, que ao mesmo tempo parece uma espécie de prisão: entre a jardinagem, o violão e a escrita, Santomé sabe, intuitivamente, que estará confinado à solidão dos dias.

Viúvo e pai de três filhos com os quais mantém um relacionamento distante, apesar de habitarem o mesmo teto, Santomé é o personagem central de A Trégua, (Alfaguara, 180 páginas), do uruguaio Mario Benedetti. Prestes a completar 50 anos, a vida maçante de Santomé é transcrita em um diário que reúne impressões, reflexões e a observações do cotidiano, de um jeito tão direto quanto cativante, pela franqueza de seu relato.

Se um dia eu me suicidar, será num domingo. É o dia mais desalentador, mais sem graça, Quem me dera ficar na cama até tarde, pelo menos até as nove ou as dez, mas às seis e meia acordo sozinho e já não consigo pregar o olho. Às vezes penso o que farei quando toda a minha vida for domingo.

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[Lista] 11 autores latino-americanos que formam uma verdadeira seleção

A estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2018 não foi exatamente o que esperávamos, mas a torcida do Achados & Lidos não desanima. Selecionamos 11 grandes autores latino-americanos que com certeza formam a seleção com a qual todo viciado em literatura sempre sonhou!

Esquecemos alguém? Não deixe de comentar aqui quais craques literários você não deixaria no banco!

O convite para essa lista partiu da Calle 2, revista digital que propõem um novo olhar sobre a América Latina. Para jogar junto com a nossa lista, indicamos essa seleção de escritoras latino-americanas que você também precisa conhecer! Acesse aqui!

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[Resenha] A Trégua

Em É Isto Um Homem (que a Mari já resenhou aqui), o autor italiano Primo Levi encerra seu relato sobre os oito meses que  passou como prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz com a morte de um de seus companheiros de enfermaria, Sómogyi, e a chegada dos russos. As duas últimas frases guardam um tom razoavelmente otimista, que contrasta com a dureza do restante do relato:

Arthur reuniu-se alegremente com a sua família e Charles recomeçou a ensinar; já trocamos longas cartas. Espero poder revê-los um dia.

Levi retoma esse desfecho em A Trégua, uma narrativa igualmente dolorida de uma história menos conhecida sobre a Segunda Guerra Mundial: o difícil retorno dos prisioneiros dos campos de concentração para casa.

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[Lista] 5 livros para levar na bolsa

Critérios de escolha da próxima leitura podem variar bastante. Às vezes, estamos afim de nos dedicar àquele clássico, outras queremos voltar a um autor que adoramos ou então desbravar novos continentes. Mas há também aqueles momentos em que a ordem é a praticidade. Não sou adepta ao Kindle (tema para outro post) e, por isso, no dia a dia algumas perguntas de natureza prática são inevitáveis. Por exemplo, cabe na bolsa? É leve? Se for edição de bolso, ainda melhor. Se todas as respostas para as perguntas anteriores forem positivas, ainda falta a questão mais importante: é bom?

Para ajudar nesta escolha, selecionei cinco títulos que cabem na bolsa e quase não ocupam espaço. De quebra, vão te fazer ótima companhia no ônibus, no táxi e na sala de espera do médico (e ainda vão te poupar de uma lordose no futuro!).

1. A Revolução dos Bichos, George Orwell: Nesta fábula, Orwell prova que nem sempre um clássico precisa pesar mais de 500 gramas. Mais do que uma sátira do regime stanilista em vigor na União Soviética em 1945, quando o livro foi escrito, Orwell escreveu uma narrativa que coloca em xeque a capacidade de organizações políticas produzirem sonhos igualitários. Até agora, tem se provado mais do que acertado, já que todas as utopias neste sentido foram frustradas.

Na famosa história, um sonho de Mestre, um porco já mais velho, leva os animais a se revoltar contra as condições a que são submetidos na fazenda, com pouco para comer e condições terríveis de trabalho. Enxergam no homem a causa de todos os males, mas vão descobrir que há outro tipo de tirania possível, sob o comando do porco Napoleão. Ou, como resume o único mandamento a sobreviver à revolução dos bichos:

Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros.

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