Autor: Tainara Machado (página 8 de 38)

[Lista] 5 livros para (tentar) entender o Brasil

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Já dizia Tom Jobim que o Brasil não é para iniciantes. “Nem para iniciados”, completou recentemente o cronista Antonio Prata, em um bom texto sobre o que representa a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não dá para discordar. Está cada vez mais difícil compreender como chegamos até aqui e, principalmente, entender para qual rumo devemos seguir. Nesses momentos, o melhor a fazer é olhar o passado e tentar entender o que a história pode nos ensinar. Entre clássicos como Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda, a livros mais recentes sobre a crise econômica, aqui vão cinco títulos para (tentar) entender o Brasil:

1. Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda: Descrito como um “clássico de nascença” por Antonio Candido, este ensaio, publicado em 1936, continua a ser lido por historiadores e demais interessados em entender os traços formadores do país. Holanda, que fez parte de uma geração que buscou refletir sobre nossas raízes, como Caio Prado Jr. e Gylberto Freire, investiga nesse livro os regionalismos que nos deram origem, fala da figura do “homem cordial” e aborda ainda a dificuldade de entender os limites entre o público e o privado, talvez o aspecto mais interessante para refletirmos sobre a atualidade.

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[Resenha] Minha Vida de Menina

Helena Morley começou a escrever Minha Vida de Menina (Companhia de Bolso, 325 páginas) com apenas 13 anos. Isso não significa que ela seja um prodígio da literatura: o livro nada mais é do que um diário adolescente sobre a vida na província. Ao mesmo tempo, é uma leitura saborosa sobre um momento histórico relevante: escrito entre 1893 e 1895, o diário de Morley, pseudônimo de Alice Caldeira Brant, retrata as relações sociais e econômicas em um Brasil afastado das grandes metrópoles e ainda muito marcado pela escravidão, abolida há menos de uma década.

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Morley, apesar da pouca idade, era uma observadora atenta do seu entorno. Filha de mãe brasileira e pais inglês, ela conta, de forma sucinta e bem-humorada, conservando a ingenuidade e o espírito rebelde da adolescência, a relação com os pais, os tios e a avó, a decadência da mineração, a pobreza da família, a vida na escola e os hábitos provincianos de Diamantina, em Minas Gerais, onde nasceu. Leia mais

“Verdadeira. Com dinheiro também fico, pomba. Fico a própria boca da fonte jorrando  a verdade. É fácil dizer a verdade na riqueza. Bacana os gloriosos contando nas entrevistas que na infância reviravam a lata com os ratos, muito bacaninha tanta autenticidade. Coragem, não? Bonito.”

 

Lygia Fagundes Telles em As Meninas

[Divã] Fenômenos literários

Como vocês sabem, estamos super animadas com o livro escolhido para o 11º Clube do Livro do Achados e Lidos. O título selecionado foi Canção de Ninar, da franco-marroquinha Leïla Slimani (quer saber mais sobre a autora e a obra? Clique aqui!). Um daqueles fenômenos literários raros – sucesso de público e crítica – o livro já vendeu mais de 600 mil exemplares e, ao mesmo tempo, levou o Prix Goncourt, mais prestigioso prêmio literário francês.

Reunir esses dois atributos é, sem dúvida, um grande feito. No mercado, não faltam best-sellers, como a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, ou praticamente todo livro lançado por Jojo Moyes, que atraem milhares de  leitores, mas são solenemente esnobados pela crítica especializada. O que será necessário, então, para fazer nascer um fenômeno como Slimani?

A autora parece reunir, em sua obra, várias qualidades que a aproximam do público, como uma linguagem fácil e acessível e um romance que se inicia em clima de suspense, com atributos literários consideráveis, como sua capacidade de fazer o leitor enxergar outras realidades e nuances do cotidiano por meio de personagens bem construídos. Os temas que ela levanta também são socialmente relevantes. De origem marroquina, Slimani viveu a maior parte da vida na França, o que faz dela uma ótima porta-voz sobre imigração, capaz de escrever com autoridade sobre as sutilezas do preconceito com que estrangeiros são tratados em um país pouco tolerante com quem vem de fora.

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[Resenha] O Dono do Morro

De vez em quando, nós do Achados e Lidos deixamos a literatura um pouco de lado para embarcar no jornalismo. O Dono do Morro – Um Homem e a Batalha pelo Rio (Companhia das Letras, 353 páginas), do jornalista inglês Misha Glenny, é do tipo que vale a viagem.

O livro reúne as qualidades essenciais para uma boa reportagem. É bem escrito, bem apurado e, o que considero seu grande trunfo, se baseia em um dos personagens mais interessantes a emergir dos morros do Rio de Janeiro nas últimas décadas: o Nem da Rocinha.

Sua história é digna de cinema. Antônio Francisco Bonfim Lopes nasceu em uma família pobre. A mãe era empregada doméstica e passava a maior parte da semana dormindo no emprego, em um dos bairros abastados da orla do Rio de Janeiro. O pai pulava de trabalho em trabalho, mas acabou se fixando em um bar de Copacabana. Os dois bebiam e o lar tinha episódios violentos.

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