Autor: Tainara Machado (página 22 de 38)

[Resenha] A Sexta Extinção – Uma História Não Natural

Sapos, antes abundantes, passaram a aparecer mortos em enormes quantidades na região de El Valle, no Panamá, até desaparecem quase completamente. Milhões de morcegos foram encontrados mortos em cavernas nos Estados Unidos desde o inverno de 2010, acometidos por uma espécie de pó branco cuja presença se concentra no focinho desses animais. O súbito desaparecimento dessas espécies é resultado da introdução de novos organismos no ambiente, pela ação humana. O deslocamento de espécies nativas de um continente para o outro, por meio de viagens, exportações, transporte de cargas e outros meios, está provocando, em conjunto com o aquecimento global, a sexta extinção em massa da história da Terra.

Esse é o quadro retratado pela jornalista americana Elizabeth Kolbert em A Sexta Extinção – Uma História Não Natural, lançado no Brasil pela Intrínseca. Embora trate de temas áridos como acidificação de oceanos ou a codificação do genoma de Neandertais, o livro – na verdade, uma grande reportagem – é acessível, dinâmico e, principalmente, extremamente intrigante e preocupante.

A história das extinções em massa começa com um desaparecimento que poderia parecer trivial:  uma espécie comum de sapo nas encostas da Colômbia, antes abundantes, rarearam e, de repente, sumiram. Para escrever esta resenha, fui dar uma olhada em uma foto do anfíbio, e a última atualização na Wikipedia já colocou o verbo sobre essa espécie no passado:

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“Sinatra estava doente. Padecia de uma doença tão comum que a maioria das pessoas a considera banal. Mas quando acontece com Sinatra, ela o mergulha num estado de angústia, de profunda depressão, pânico e até fúria. Frank Sinatra está resfriado.”

Gay Talese em Fama & Anonimato

[Lista] 5 traições famosas na literatura

Entre as mentiras mais contadas na literatura, certamente as traições são as mais frequentes. De mulheres infelizes em casamentos arranjados a relações incestuosas, incluindo muitos assassinatos e vinganças, os adultérios são quase onipresentes na literatura. Aqui, listamos cinco livros, já clássicos, em que eles são centrais para a história. Lembram de mais algum? Contem para a gente nos comentários!

FullSizeRender (46) 1. Dom Casmurro, de Machado de Assis: Difícil deixar a obra prima de Machado de Assis de fora de uma lista como essa, mesmo que, para alguns, o livro não se encaixe perfeitamente no tema. A história do relacionamento de Bentinho, um menino que por pouco não seguiu a vida religiosa por causa de uma promessa da mãe, e Capitu, sua vizinha com olhos de ressaca, é fonte de um sem número de análises, todas tentando responder à mesma pergunta: teria Capitu de fato traído o marido com seu melhor amigo?

Há argumentos que pendem para os dois lados. Desde o começo, Bentinho se mostra uma figura possessiva e ciumenta, tentado a encontrar problemas onde eles não existem.

Por falar nisso, é natural que me perguntes se, sendo antes tão cioso dela, não continuei a sê-lo apesar do filho e dos anos. Sim, senhor, continuei. Continuei, a tal ponto que o menor gesto me afligia, a mais ínfima palavra, uma insistência qualquer; muitas vezes só a indiferença bastava. Cheguei a ter ciúmes de tudo e de todos. Um vizinho, um par de valsa, qualquer homem, moço ou maduro, me enchia de terror ou desconfiança.

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[Resenha] A Livraria Mágica de Paris

Em A Livraria Mágica de Paris, o livreiro Jean Perdu, traumatizado pela partida de sua amante, transforma um barco ancorado à margem do rio Sena, em Paris, em uma Farmácia Literária, nome dado ao empreendimento. À cada cliente – ou paciente -, Jean Perdu receita um livro. Algumas dores da alma, ele pensa frequentemente, só podem ser curadas pela literatura.

Foi exatamente para atenuar esses sofrimentos inexplicáveis, mas ainda assim reais, que Perdu comprou o barco que, na época, ainda era uma barcaça de carga e se chamava Lulu; ele o reformara com as próprias mãos e o enchera de livros, os únicos remédios para as inúmeras e indeterminadas doenças da alma.

Esse é o ponto de partida de A Livraria Mágica de Paris, da alemã Nina George. A trama despretensiosa combinada à pitada de charme que é uma farmácia literária estacionada à beira do Sena foram a receita perfeita para que mais de 1 milhão de exemplares de livros fossem vendidos ao redor do mundo.

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“o tempo guarda cápsulas indestrutíveis porque, por mais dias que se sucedam, sempre chegamos a um ponto onde voltamos atrás, a um início qualquer, para fazer pela primeira vez alguma coisa que nos vai dilacerar impiedosamente porque nessa cápsula se injecta também a nitidez do quanto amávamos a quem perdemos, a nitidez do seu rosto, que por vezes se perde mas ressurge sempre nessas alturas, até o timbre da sua voz, chamando o nosso nome ou, mais cruel ainda, dizendo que nos ama com um riso incrível pelo qual nos havíamos justificado em mil ocasiões no mundo.”

 

Valter Hugo Mãe em
a máquina de fazer espanhóis

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