Autor: Tainara Machado (página 16 de 38)

[Lista] 5 razões para ler e amar Chimamanda Ngozi Adichie

Quem acompanha o Achados & Lidos há algum tempo já sabe: uma das nossas grandes paixões literárias é a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. A autora completou 40 anos na semana passada e, para celebrar essa data, decidimos listar alguns motivos pelos quais acreditamos que todo mundo deveria ler pelo menos um livro dela!

Ao todo, Adichie escreveu três romances (Hibisco Roxo, Meio Sol Amarelo e Americanah) e um livro de contos (No Seu Pescoço), além de dois pequenos manifestos, todos editados no Brasil pela Companhia das Letras. Venha conhecer mais – e se apaixonar – por uma das vozes femininas mais brilhantes da nossa geração.

1. Suas personagens femininas são inesquecíveis

As personagens de Chimamanda Ngozi Adichie cometem erros de julgamento, falham, seguem caminhos tortuosos e, nessa trajetória, aprendem – e nos ensinam – muito. Como não poderia deixar de ser, as protagonistas dos livros da autora são personagens que, em meio ao caos, conseguem moldar o seu entorno, equilibrando os diversos papéis que as mulheres acumulam na sociedade. Facilmente relacionáveis, elas são também inesquecíveis.

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[Resenha] São Paulo nas Alturas

Se o Brasil não tem um prêmio Nobel para chamar de seu, na arquitetura o país acumula dois prêmios Pritzker, a mais prestigiosa premiação do ramo, que já celebrou, além dos brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, grandes nomes como I. M. Pei, responsável pela pirâmide invertida do Louvre, e Zaha Hadid, que entre outros projetos assinou o museu Maxxi em Roma.

São Paulo nas Alturas, do jornalista Raul Juste Lores, nos leva a um passeio de reconhecimento pelos projetos desses dois arquitetos e de muitos outros menos célebres, que moldaram a forma como a cidade se relaciona com a arquitetura.

Niemeyer fez parte da geração modernista que, entre as décadas de 1950 e 1960, alterou o panorama visual – o “skyline”, na falta de uma palavra melhor – da cidade, com a construção de edifícios como o Copan, o Conjunto Nacional, o edifício Itália,  entre tantos outros que hoje são ponto de referência na cidade. De forma bastante didática, Lores nos oferece, neste livro, um passeio pelas origens de uma cidade que, no intervalo de duas décadas, deixou para trás as casas e sobrados e os edifícios artdéco para se jogar de cabeça no modernismo, em um raro momento no qual interesses comerciais e artísticos encontraram sintonia.

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“Nos últimos tempos de solidão em que ele se encontrava, deitado com o rosto contra as costas do divã, daquela solidão em meio à cidade populosa e aos seus numerosos conhecidos e membros da família, solidão que não poderia ser mais absoluta em parte alguma, mesmo no fundo do mar ou no seio da terra, nos últimos tempos dessa terrível solidão, Ivan Ilitch vivia apenas no passado, graças à imaginação. Apareciam-lhe, um após outro, os quadros do seu passado.”

 

Liev Tolstói em
A Morte de Ivan Ilitch

[Divã] Leitores ou colecionadores?

Quando a Cosac & Naify anunciou que iria fechar as portas, ficamos tristes por vários motivos. Sentimos como um luto a despedida da editora que, movida pelas paixões do excêntrico Charles Cosac, tinha trazido novos ares para a produção editorial brasileira, com um catálogo que abarcava de clássicos a literatura de vanguarda, passando pelas artes e pela moda, sempre com acabamento impecável.

Mas, para um grupo restrito de leitores, que podemos chamar de colecionadores, o fim da Cosac significou também um futuro de vazios nas estantes. Passariam a ser relíquias as coleções que vínhamos montando há tantos anos, com investimentos consideráveis: Prosa do Mundo, Mulheres Modernistas, Coleção Portátil…

Aproveitamos ao máximo os saldões da Cosac na Amazon e, muito provavelmente, compramos livros em volume suficiente para sustentar a editora por mais um ano, caso Cosac voltasse atrás em sua decisão.

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[Resenha] Os Homens Explicam Tudo Para Mim

Recentemente, estava almoçando com um grupo de amigos e um deles, uma mulher, nos contava sobre um duro e competitivo processo seletivo que ela participou no mês passado. A última etapa consistia em painéis com mais três competidores e uma banca formada por nomes de peso da área de negócios. Uma das concorrentes então começou a falar de seu tema e apresentou dados consistentes em sua argumentação, baseados em uma matéria do jornal inglês The Guardian. Um dos figurões contestou os números de forma constrangedora, sem permitir que a garota seguisse com seu raciocínio a partir das informações que ela tinha frescas na memória. Ao fim do debate, ela checou o celular e, como esperava, os dados que havia citado para embasar sua apresentação estavam certos.

A situação é bastante familiar para a maior parte das mulheres: em uma discussão, um dos homens do grupo assume o protagonismo no debate e impede, ou invalida, a argumentação feita por uma mulher. Mesmo quando elas eram as palestrantes. Mesmo quando elas eram as convidadas. Mesmo quando elas estavam se apresentando para conseguir uma bolsa de estudos.

Em Os Homens Explicam Tudo Para Mim, um ensaio sobre o silêncio como (mais uma) uma forma de opressão das mulheres, Rebecca Solnit narra várias experiências desse tipo. A que a levou a escrever esse texto e, posteriormente, publicá-lo ao lado de outros ensaios como um livro, é emblemática: certa vez, com uma amiga em um evento em Aspen, ela se sentou para conversar com um “homem importante que já havia ganhado muito dinheiro”.

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