Autor: Achados & Lidos (página 12 de 30)

[Nossa Senhora do Nilo] Semana #7

A visita da rainha da Bélgica ao liceu foi a história central do último capítulo lido. A partir dessa anedota, Scholastique Mukasonga trabalha um tema universal e complexo – o perigo quando uma imagem se distancia demais da realidade que pretende representar. Para a próxima semana, avançamos mais um capítulo, até a página 231.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O retrato do presidente vigiando todas as casas ruandesas. As fotos dos astros ocidentais, capas de revista da época, fixadas nas paredes do dormitório das adolescentes. Os esforços para a perfeição durante a visita real. A rainha vestida de branco, sem uma manchinha sequer. O que esses trechos do último capítulo lido têm em comum? Todos eles acabam na discussão acerca do poder da imagem para construção da autoridade e para desconstrução de uma realidade.

Para o chefe de um Estado recém formado, ter o seu retrato nas casas dos cidadãos é uma forma de legitimação, ainda que muitos deles nem desconfiem do porquê desse ato. A imagem, embora não fale, está ali, marcando território e representando o poder e a lealdade.

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[Nossa Senhora do Nilo] Semana #6

No capítulo que acabamos de ler de Nossa Senhora do Nilo, de Scholastique Mukasonga, Virginia, uma das garotas tutsis do liceu, reflete sobre a ausência de lugar para os tutsis no presente que se construía em Ruanda. Entre os sonhos de alguns brancos, que enxergavam neles uma linhagem real, e o domínio dos hutus, as notas do genocídio que viria a acontecer no país ganham mais ênfase a cada trecho dessa leitura. Está gostando? Conte para a gente nos comentários! Na próxima semana vamos avançar até a página 208.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Como se perdeu a conexão que nos ligava à terra e aos nossos ancestrais? Essa pergunta parece pairar sobre as páginas de O Umuzimu da Rainha, capítulo da semana na leitura compartilhada de Nossa Senhora do Nilo, de Scholastique Mukasonga.

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[Nossa Senhora do Nilo] Semana #5

Nessa última leitura, dois temas se sobressaíram: a apropriação do território e das riquezas ruandesas pelos colonizadores brancos e a condição frágil da mulher na sociedade. Scholastique Mukasonga segue nos surpreendendo com sua habilidade para contar histórias e com um texto que consegue ser sutil sem perder o impacto. Para a próxima semana, vamos até a página 177.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

“Os Gorilas” foi, até o momento, o capítulo que mais nos surpreendeu, pela fluência da prosa e profundidade crítica. Na última semana, quando vimos o título desse trecho foi difícil segurar a leitura. Por que será? A resposta estava na própria narrativa: porque os gorilas representam o imaginário – limitado, diga-se de passagem – que temos sobre Ruanda e sobre a África em geral.

Do alto de nossa cultura ocidentalizada, estávamos esperando boas passagens de aventuras com os grandes animais, tais quais os filmes que as garotas do liceu lembram ironicamente, durante uma conversa sobre como os colonizadores se apropriaram até mesmo da proteção dos gorilas. A mulher branca que não deixava nenhum ruandês se aproximar desses bichos é um bom exemplo da situação.

Mesmo esses europeus interessados na preservação da natureza, que provavelmente não eram numerosos, chegavam com uma postura arrogante, como se conhecessem mais dos gorilas e seus hábitos que o povo local. Os ruandeses, na visão deles, seriam ignorantes que não sabiam como proteger a riqueza que tinham e precisavam de alguém para ensiná-los:

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[Nossa Senhora do Nilo] Semana #4

Se no trecho anterior vislumbramos a necessidade de apagar a história para impor a narrativa dos colonizadores, nas últimas páginas mergulhamos em uma onírica tentativa de reconstrução de um passado dominado por faraós e deuses. Além disso, enfrentamos a dura realidade de ser mulher em qualquer lugar do mundo, nas narrativas em pílula que, gota a gota, nos ajudam a compor o panorama do dia a dia no liceu. Para a próxima semana, vamos até a página 140.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A história da África, ao contrário do que prega a professora Lydwine, obviamente não começou com a colonização. No trecho que acabamos de ler de Nossa Senhora do Nilo, de Scholastique Mukasonga, mergulhamos em uma onírica tentativa de reconstituir um passado em que reinavam faraós negros. Leia mais

[Nossa Senhora do Nilo] Semana #3

Na última leitura, mergulhamos na rotina do liceu Nossa Senhora do Nilo! Nas sutilezas das histórias cotidianas, Scholastique Mukasonga faz um preciso retrato do povo ruandês. Para a próxima semana, avançamos até a página 104.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A educação é uma ferramenta poderosa nas mãos do colonizador – o dia a dia no liceu Nossa Senhora do Nilo não nos deixa mentir:

O sinal tocou outra vez. As aulas iam começar. Francês, matemática, religião, higiene, história-e-geografia, educação física, esporte, inglês, kinyarwanda, costura, francês, culinária, história-e-geografia, física, higiene, matemática, religião, inglês, costura, francês, religião, francês…

Um aspecto chama a atenção nesse trecho: Mukasonga se utiliza do recurso linguístico da repetição para estabelecer um ritmo, especialmente no final, em que fica clara a predominância das aulas de francês e religião na grade curricular das alunas. Enquanto o idioma local – o kinyarwanda – tem um espaço tímido na programação, o francês se impõe como a língua a ser aprendida e a religião, como assunto a ser priorizado. Quando pensamos na história de colonização do nosso país e dos nossos vizinhos na América, vemos que as coisas não foram tão diferentes por aqui, não é?

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