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Identidade, raça, liberdade. The Vanishing Half, de Brit Bennett, reúne todos esses temas em uma história envolvente sobre as irmãs gêmeas Desiree e Stella, que seguem caminhos diferentes na vida – caminhos separados por questões raciais – e acabam vivendo histórias totalmente opostas.
Desiree e Stella nasceram nos anos 40 em Mallard, uma cidadezinha de Louisiana, nos Estados Unidos. Essa pequena comunidade, habitada exclusivamente por negros de pele clara, era marcada pela discriminação escancarada contra aqueles de pele mais escura.
Na adolescência, as gêmeas decidem deixar, juntas, Mallard. Uma vez na cidade grande, o vínculo que outrora lhes tornava inseparáveis começa a desaparecer. A grande virada em suas vidas acontece quando Stella foge se sua irmã e de todo seu passado para viver como uma mulher branca.
Você não se encontra apenas esperando acontecer – você tem que fazer sua própria identidade. Você tem que criar quem você quer ser.
Essa ruptura parece ainda mais profunda para Desiree e Stella, já que as irmãs não são apenas parentes de sangue, elas são gêmeas idênticas. Para elas, estar longe uma da outra significa ter uma metade desaparecida:
Às vezes, ser gêmea era como viver com outra versão de si mesmo. Essa pessoa existe para todos, provavelmente, um eu alternativo que vive apenas na mente. Mas o dela era real.
Por meio dessas duas histórias paralelas, o romance aborda o colorismo e escrutiniza o padrão de beleza branco nos Estados Unidos. Embora Stella e Desiree sejam as protagonistas, a discussão sobre identidade e liberdade emana de todos os personagens, em diferentes lugares e épocas. Cada um deles, à sua maneira, enfrenta seus fantasmas na busca pela própria identidade. Finalmente, esta é a pergunta que ecoa dessa narrativa multigeracional: é possível escolher quem você quer ser? Uma mentira pode se tornar realidade se a contamos várias vezes para todos, principalmente para nós mesmo?
Stella passou muito tempo mentindo para dizer a verdade agora, ou talvez não houvesse mais nada a revelar. Talvez isso fosse o que ela havia se tornado.
The Vanishing Half é uma narrativa linear, e essa ordem cronológica torna difícil largar o livro. É o tipo de romance que você pode devorar de uma vez, página após página, enquanto tenta chegar ao final e descobrir se Desiree e Stella finalmente se reencontram. Ou talvez, a maior dúvida seja: será que as irmãs vão encontrar suas próprias identidades?
Identity, race, freedom. The Vanishing Half, by Brit Bennett, brings it all together in a compelling story about twin sisters, Desiree and Stella, who take different paths – paths divided by race – and end up leading opposite lives.
They were born in the 40s, in Mallard, a small town in Louisiana. Mallard is a tiny community solely populated by light-skinned people that openly discriminate those with darker skin.
In their teens, Desiree and Stella, decide to leave, together, their hometown. In the big city, the bond which once made them inseparable starts to fade away. The turning point in their lives comes when Stella runs away from her sister and her past to start a new life as a white woman.
You didn’t just find a self out there waiting—you had to make one. You had to create who you wanted to be.
This rupture seems to be even deeper as Desiree and Stella are more than blood relatives, they are identical twins. For them, to be apart from each other means to have a vanishing half:
Sometimes being a twin had felt like living with another version of yourself. That person existed for everyone, probably, an alternative self that lived only in the mind. But hers was real.
Through these two parallel stories, the novel addresses colorism and scrutinizes the white beauty standard in America. Although Stella and Desiree are the main characters, the discussion about identity and freedom emanates from all characters, in different places and time, as they struggle in their search for identity. Ultimately, this is the question that this multi-generational novel resonates: is it possible to choose who you want to be? Can a lie become reality if one tells it several times to everyone, mostly to oneself?
Stella had spent too long lying to tell the truth now, or maybe, there was nothing left to reveal. Maybe this was who she had become.
The Vanishing Half is a linear narrative, and this chronological order makes it hard to put the book down. It is definitely a novel you can devour in one sitting, as you try to find out if Desiree and Stella will be finally reunited. Or maybe, the main question is: will they find themselves?
Mariane Domingos
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