[Canção de Ninar] Semana #10

Para fechar mais uma edição do nosso Clube do Livro, nada melhor do que ouvir as opiniões dos nossos leitores. Agradecemos a todos que acompanharam conosco e esperamos vocês no próximo clube, que traz o clássico russo O Mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov!

Ana Gomez

O livro é envolvente, mas confesso que me deixou triste, pois é realista e pessimista. Quando era estudante de direito e fazia estágio, costumava pegar o ônibus com o mesmo motorista e cobradora. Um dia, a cobradora com um grande sorriso me disse que agradecia, pois todo dia de manhã eu falava “bom dia” para eles. Para falar a verdade, nunca percebi que esse gesto tivesse tamanho significado. Recomendo o livro, pois nos faz refletir sobre as nossas ações e a forma como nos relacionamos com as pessoas.

Thaís Vitale, do @literaturanews

Canção de Ninar, da escritora franco-marroquina Leïla Slimani, é um livro tenso. A história aborda a relação conflituosa de uma babá, Louise, com seus empregadores. Logo nas primeiras linhas somos apresentados ao terrível desfecho e, ao longo dos capítulos, por meio da técnica do flashback, descobrimos como tudo aconteceu. A obra prende muito a atenção e apresenta cenas que causam raiva, angústia e até repugnância. O final, para mim, deixa um pouco a desejar, pois a história perde a força, mas, de modo geral, gostei da leitura, que permite discutir diversos assuntos, como maternidade, imposições sociais relacionadas às mulheres, diferenças de classe social e imigração, por exemplo.

 

Gabriela Domingos

Canção de Ninar é uma narrativa que me perturbou muito desde o início. A vontade foi não parar de ler para saber o que provocou a trágica cena do início. A organização do enredo é inteligente e acabou me prendendo na leitura.

A figura da mulher, a família, a imigração, a educação dos filhos, o trabalho e a sociedade são elementos que se cruzam e que, claramente, moldam as vidas dos personagens configurando suas ações e seus extremos. Tudo isso reflete os momentos atuais.

Em alguns momentos, achei o livro bastante profundo no que se refere aos fatores psicológicos (principalmente nos capítulos que narram a relação de Louise com sua filha e seu marido e o capítulo em que há a descrição do lugar onde a babá mora e seus arredores).Em outros momentos, trechos me pareceram bem rasos.

Enfim, o livro nos apresenta os desequilíbrios da sociedade em que vivemos e as consequências são assustadoras.

 

 

Arlette Machado

Logo no início da leitura me deparei com um assassinato assustador. É atípico essa forma como a escritora começa a história. Isso faz com que a curiosidade nos leve a ter maior interesse na leitura. O que constatei foi que a pessoa que cometeu o crime era uma infeliz, invejosa e revoltada. O erro também foi da mãe e dona de casa, que delegou tudo a ela, confiando e subestimando sua ajudante.