1. Na caixa: “Amigos, transeuntes, você que ficou intrigado por este objeto, pegue um livro, leia-o e deposite outro. Nada para comprar, nada para vender, apenas compartilhar ideias, emoções e conhecimento. É tempo do compartilhamento, não do dinheiro. A gratuidade não tem preço”. É assim que o projeto Enfin livres do coletivo francês La gratuité n’a pas de prix convida o público a participar de um troca-troca de livros. Espalhadas por vários lugares da cidade francesa de Aix-en-Provence, as caixas (como esta da foto) incentivam a leitura e o compartilhamento.
2. Na máquina: os três botões disponíveis na máquina, 1, 3 e 5, referem-se ao tempo, em minutos, que você levará para ler a história. Basta apertar um deles e esperar pelo texto impresso em um formato parecido com os recibos de supermercado ou extratos bancários, mas com um papel mais resistente. A ideia que levou à criação dos Distributeurs d’histoires courtes (Distribuidores de histórias curtas) surgiu em uma tarde de 2013 quando os fundadores da Short Édition (uma startup do mercado editorial, que lançou em 2011 uma plataforma para publicação de escritores amadores) estavam no intervalo do trabalho e decidiram comprar um snack em uma daquelas vending machines. Eles pensaram: por que não oferecer histórias em vez de doces e bebidas?
Nada como levar ao pé da letra a frase “os livros são o alimento da alma”! Atualmente, as máquinas estão disponíveis apenas em Grenoble, cidade dos Alpes franceses. Para ter uma em seu espaço, é preciso pagar um aluguel à editora. Parte desse valor é revertido aos autores. Hoje, a máquina conta com 600 histórias, todas em língua francesa. Alô, instituições e lojas brasileiras, queremos já investimentos para viabilizar uma versão em português em terras tupiniquins! Para saber mais, leia este artigo da revista The New Yorker.
3. Na parede: “Até hoje fui sempre futuro” – estava escrito na parede (de azulejos, claro) da estação Saldanha do metrô de Lisboa. Em meio ao sobe e desce de escadas e abre e fecha de portas, desliguei-me do mundo e viajei nessa frase de José de Almada Negreiros. Nada como ter uma pílula de sabedoria e reflexão em um dos momentos mais agitados do dia de um morador de grandes metrópoles – o metrô. Várias estações já aderiram à essa moda, inclusive aqui em São Paulo, com o projeto Poesia no Metrô. Estações/trens e literatura/poesia estão no meu top 10 de combinações perfeitas, ali juntinho com: café e brigadeiro; vermelho, azul e listrado; roupa preta e pérolas; e por aí vai…
Mariane Domingos
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