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[Resenha] Doze Contos Peregrinos

Um dos problemas de se apaixonar por um escritor é ter que encarar que sua obra é finita. O sentimento de orfandade quando acreditamos que já desbravamos tudo o que havia para conhecer dos nossos autores favoritos é difícil de explicar, mas aposto que muitos vão se solidarizar com a minha história.

Há anos, me sentia órfã de Gabriel García Márquez. Depois dos clássicos, como Cem Anos de Solidão e O Amor nos Tempos do Cólera, passei por muitos livros tentando encontrar a genialidade da escrita que nos faz abrir um sorriso no meio de uma frase e que, de tão marcante, deu origem a um movimento literário próprio, o realismo fantástico.

De livros muito especiais, como o primeiro volume de sua biografia inacabada, Viver para Contar, ao ótimo Crônica de Uma Morte Anunciada, passando pelo não tão bom Memórias de Minhas Putas Tristes, há muito tempo não encontrava uma obra do colombiano que me deixasse tão empolgada quanto Doze Contos Peregrinos (recomendação da Mari, a quem agradeço muito pela dica).

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[Dicas da Imensidão] Semana #4

Em Ísis na Escuridão, terceiro conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood, acompanhamos, a partir da perspectiva de Richard, a trajetória de Selena, uma personagem misteriosa que encontra na poesia sua ascensão e sua decadência. Para a próxima semana, leremos o conto O Homem do Brejo, que vai até a página 104.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A aura de mistério que envolve Selena aparece logo nos primeiros parágrafos do conto Ísis na Escuridão, quando Richard se questiona como ela foi parar ali, na sua mesa de trabalho. Em seguida, somos levados para uma viagem no tempo que retoma o início da história em comum entre os dois personagens.

Richard conheceu Selena em uma cafeteria, chamada Embaixada da Boêmia, que reunia aspirantes a poetas, músicos e intelectuais. Ambos eram jovens e cheios de projetos grandiosos relacionados à literatura. Era a época de negação do ambiente em que viviam e da esperança de um destino diferente do dos pais, por exemplo:

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[Resenha] Homem no Escuro

Um quarto escuro e um senhor septuagenário que sofre de insônia e tem dificuldades de locomoção. Parece um cenário improvável para uma trama mirabolante – não nas mãos do escritor estadunidense Paul Auster. Homem no Escuro é uma narrativa guiada pela memória e imaginação de August Brill, crítico literário aposentado e viúvo, que já não tem muita expectativa em relação à vida e decide dedicar seu tempo às lembranças e à imaginação.

O escuro, protagonista já no título do livro, é o gatilho da mente do personagem. Quando a noite chega e a casa se aquieta, Brill é invadido pelas recordações. O antídoto que ele encontra para não sofrer pela ausência da companheira de anos é criar personagens, cenas de ação e um mundo paralelo, em que os Estados Unidos enfrentam uma guerra civil parecida com a Guerra de Secessão:

Não quero começar a pensar em Sonia. Ainda é muito cedo, e, se eu me deixar levar agora, vou acabar pensando nela durante horas. Vamos ficar concentrados na história e ver o que acontece se eu a tocar até o fim.

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[Dicas da Imensidão] Semana #3

A personagem forte e a temática universal são os destaques do segundo conto da coletânea Dicas da Imensidão. Em Bola de Cabelo, Margaret Atwood prende o leitor com uma narrativa que gera, desde o título até o desfecho, curiosidade e reflexão. Para a próxima semana, leremos o conto Ísis na Escuridão, que acaba na página 84. Conte para gente o que você está achando da leitura!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Com um início, aparentemente desconexo e um tanto grotesco, Margaret Atwood nos apresenta a personagem Kat, uma mulher independente, bem-sucedida profissionalmente, que atravessa uma fase de questionamentos e descobertas acerca de seu próprio corpo e sua personalidade.

A cena que abre a narrativa é a de Kat contemplando um tumor benigno que foi extraído de seu ovário após uma cirurgia. Ela pediu ao médico que conservasse e lhe entregasse o elemento, em uma espécie de ligação afetiva com aquele corpo estranho que havia sido produzido dentro dela.

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[Dicas da Imensidão] Semana #2

Lixo Verdadeiro, primeiro conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood, já nos deixou animadas para o restante da leitura. E você, o que achou? Para a próxima semana, leremos o conto Bola de Cabelo, que acaba na página 58.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O quanto o contexto social e os julgamentos morais inerentes à convivência em sociedade podem definir o destino de uma pessoa? No conto Lixo Verdadeiro, Atwood levanta essa questão a partir de uma trama que começa com um grupo de jovens e adolescentes e termina, dez anos depois, com revelações que, apesar de esclarecedoras, já não têm poder de mudança sobre as consequências desse passado.

A narrativa começa em um acampamento em que adolescentes abastados passam suas férias e jovens garotas, em sua maioria não tão privilegiadas, trabalham durante o verão para juntar algum dinheiro. Um ambiente de muitos contrastes, não apenas sociais, mas também de idade e gênero.

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