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[O Retrato de Dorian Gray] Semana #7

Foi difícil segurar a leitura no último trecho! Será que a grande revelação vai acontecer? Vamos descobrir na leitura da próxima semana. Avançamos mais dois capítulos, o 13 e o 14, até a página 203 se você tem a edição da foto de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, da Penguin-Companhia.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Os anos avançam e a beleza de Dorian Gray se conserva na mesma medida em que sua alma e seu retrato se corrompem. Quase duas décadas se passam e Wilde resume em um capítulo, mais pautado em reflexões do em que ações, a vida de Dorian Gray nesse período: uma existência totalmente centrada no prazer.

O personagem coloca sua experiência sensorial e seus desejos acima de qualquer moral e leva uma vida que, não demora muito, vira alvo das fofocas da época. Época, aliás, que Wilde não perde a oportunidade de criticar:

Neste país basta alguém ser ilustre e ter cérebro para que todas as línguas vulgares se agitem contra ele. E que espécie de vida leva a gente que afirma ter moral? Meu caro amigo, você esquece que estamos na terra natal da hipocrisia.

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[Resenha] Nós

As distopias voltaram a ganhar espaço nas prateleiras de livrarias ao longo do ano passado, à medida que o mundo real parecia se aproximar cada vez mais dos sombrios totalitarismos expostos na ficção, com a ascensão da extrema direita que culminou na eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

Em consonância com esse momento, a editora Aleph lançou no ano passado uma nova (e caprichadíssima) edição de Nós (323 páginas, quatro estrelas) , do russo Ievguêni Zamiátin, um dos precursores do gênero. Escrito em 1924, o romance foi censurado na União Soviética, por ter sido considerado ˜ideologicamente indesejável˜, e foi publicado primeiro em inglês, nos Estados Unidos.

O regime russo ainda estava distante dos expurgos de 1936, mas já se incomodava com o mundo mecanizado imaginado por Zamiátin nesta história. Passada em um futuro alguns séculos distante, escrito na forma de diário, o romance retrata a vida de D-503, um engenheiro totalmente fiel aos preceitos do Estado Único.

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[O Retrato de Dorian Gray] Semana #5

O encontro entre a paixão de Dorian Gray com seus amigos se mostrou uma verdadeira tragédia grega, levando o personagem a um dilema: deveria criar consciência sobre suas ações ou se entregar a uma vida de prazeres e pecados? Curioso para saber a decisão de Gray? Leia  o post completo no blog! Para a próxima semana, avançamos os capítulos 9 e 10 de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, até a página 148, se você tem a edição da foto, da Penguin-Companhia.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A paixão arrebatadora de Dorian Gray por Sibyl Vane foi tão repentina quanto fugaz, como já esperávamos. O amor do jovem não resistiu ao primeiro encontro dela com seus amigos e se espatifou, mais uma vez evidenciando a superficialidade dos sentimentos guardados por Gray, estimulado por Lord Henry.

A apresentação de Sibyl Vane como Julieta para uma plateia cheia, comporta também por Lord Henry e Basil Hallward, se mostra um verdadeiro desastre. Ao subir ao palco, a jovem atriz toma um ar de curiosa indiferença, e declama mesmo as mais belas das passagens com um tom artificial, falso.

Encerrada a apresentação, entendemos um pouco melhor a mudança de tom na atuação de Sibyl Vane, em uma oposição entre idealização e realidade, entre a superficialidade dos sentimentos e a verdade das intenções de um e outro. Para Vane, o amor verdadeiro tinha um valor mais elevado do que as paixões representadas na arte, tornando sua atuação medíocre quando descobre o que é se apaixonar. A realidade, no seu caso, tinha um peso maior do que as aparências.

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[Resenha] As Três Marias

As três marias, estrelas alinhadas que são referência no céu do hemisfério sul, parte da constelação Orion, têm brilhos diferentes. Uma irradia uma luz mais firme, outra é mais fugidia ou mais hesitante: assim também é a personalidade das três amigas que compõem o romance mais autobiográfico da brasileira Rachel de Queiroz, lançado em 1939.

O apelido é dado logo no início do livro por uma freira do colégio interno em que se passa a primeira metade da história: por estarem sempre juntas, em todos os cantos, Maria José, Maria Augusta e Glória foram logo designadas como As Três Marias, título do livro.

(…) nossa comparação com as estrelas foi como uma embriaguez nova, um pretexto para fantasias, e devaneios. (…) À noite, ficávamos no pátio, olhando as nossas estrelas, identificando-nos com elas. Glória era a primeira, rutilante e próxima. Maria José escolheu a da outra ponta, pequenina e tremente. E a mim me coube a do meio, a melhor delas, talvez; uma estrela serena de luz azulada, que seria decerto algum tranquilo sol aquecendo mundos distantes, mundos felizes, que eu só imaginava noturnos e lunares.

A história é narrada em primeira pessoa por Maria Augusta, ou Guta, como a personagem prefere se apresentar. Depois da morte da mãe e do casamento do pai com uma madrasta correta e bondosa, mas com a qual ela não se identifica, Guta é enviada para o colégio interno.

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[Resenha] O Peso do Pássaro Morto

Primeiro livro da escritora paulistana Aline Bei, O Peso do Pássaro Morto (Editora Nós, 168 páginas) cativa pela originalidade de sua estrutura narrativa bem ancorada em uma prosa poética surpreendentemente madura para um romance de estreia.

A trama parece simples à primeira vista: uma narradora em primeira pessoa relata perdas marcantes de sua vida dos oito aos 52 anos. No entanto, a forma como Bei decide organizar e desenvolver essa narrativa é o que a destaca em meio a outras obras do mesmo gênero.

São nove capítulos, todos intitulados com a idade da personagem no momento do relato – oito, 17, 18, 28, 37, 48, 49, 50 e 52 anos. Em cada trecho, a linguagem reflete a maturidade da narradora. No primeiro capítulo, por exemplo, fica a clara imagem de uma criança contando uma história.

O fio condutor dessa narrativa é a perda, não só de companhias queridas, mas também da inocência, da fé e da esperança:

claro. – respondi.

entendendo que o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas.

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