Em É Isto Um Homem (que a Mari já resenhou aqui), o autor italiano Primo Levi encerra seu relato sobre os oito meses que passou como prisioneiro no campo de concentração de Auschwitz com a morte de um de seus companheiros de enfermaria, Sómogyi, e a chegada dos russos. As duas últimas frases guardam um tom razoavelmente otimista, que contrasta com a dureza do restante do relato:
Arthur reuniu-se alegremente com a sua família e Charles recomeçou a ensinar; já trocamos longas cartas. Espero poder revê-los um dia.
Levi retoma esse desfecho em A Trégua, uma narrativa igualmente dolorida de uma história menos conhecida sobre a Segunda Guerra Mundial: o difícil retorno dos prisioneiros dos campos de concentração para casa.