Eu visito livrarias. É isso mesmo: ir à livraria para mim é mais do que sair para fazer uma compra, é um programa de lazer, é turismo. Lógico que, dificilmente, saio de lá sem uma sacolinha que seja, mas consigo passar horas andando pelos corredores, admirando as estantes, tentando entender sua organização (que às vezes não existe) e lendo orelhas de livro ao acaso.
Gosto de livrarias grandes, pela variedade que podem oferecer, mas tenho um carinho especial pelas livrarias pequenas. Vocês se lembram do filme Mensagem para Você?, com Tom Hanks e Meg Ryan? Pois bem, eu sou do tipo que prefere a loja da Kathleen, que é pequena e de bairro, à megalivraria de Joe Fox.
Me parece que o ambiente e a seleção de títulos nas livrarias menores tendem a ser mais acolhedores e interessantes. Acho que há um toque pessoal do dono nas escolhas dos livros que estão nas prateleiras e na organização. Pode ser que eu esteja imaginando tudo isso, mas se eu tivesse um pequeno negócio desse tipo, seria assim.
No entanto, para visitar livrarias é preciso ser um leitor independente e não atrapalhar o trabalho dos livreiros. Como, algumas vezes, só quero ver a capa do livro por curiosidade ou dar aquela folheada nas páginas, sentir o cheirinho de novo, eu mesma procuro e depois de olhar devolvo exatamente no mesmo lugar. Mudar livros de lugar não é permitido em turismo literário. Meu princípio é simples: não gosto quando bagunçam minha estante, por isso não farei isso com a dos outros!