Tag: literatura italiana (página 3 de 4)

[Resenha] História de Quem Foge e de Quem Fica

O terceiro volume da tetralogia napolitana de Elena Ferrante, publicado no Brasil pelo selo Biblioteca Azul, não só mantém o vigor narrativo dos dois primeiros livros como amplia fronteiras e aprofunda relações [leia também a resenha de A Amiga Genial e História do Novo Sobrenome]. A amizade entre Elena Greco e Rafaella Cerullo cede espaço, como tema central, para a crescente tensão social na Itália das décadas de 60 e 70. A desigualdade, pano de fundo sempre presente nas histórias do bairro, ganha protagonismo quando Elena “foge” e Lila fica em Nápoles.

Elena Greco, a narradora, sempre soube que precisava deixar o bairro e via como válvula de escape a educação. Com autodisciplina, persistência e o apoio velado da mãe ( apesar dos conflitos entre as duas), consegue se formar, escrever e publicar um livro, o que lhe abre as portas da academia, dos jornais e até de uma proeminente família milanesa, os Airota.

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“… isso é o bom de ser partido ao meio: entender de cada pessoa e coisa no mundo a tristeza que cada um e cada uma sente pela própria incompletude. Eu era inteiro e não entendia, e me movia surdo e incomunicável entre as dores e feridas disseminadas por todos os lados, lá onde, inteiro, alguém ousa acreditar menos.”

 

Italo Calvino em O Visconde Partido ao Meio

“Agora, agradeço a todos. Primeiro a você, caro professor, tão indulgente e afetuoso, e para quem cada novo aprendizado foi um trabalho do qual ora me alegro.”

 

Edmondo de Amicis em Coração

[Resenha] História do Novo Sobrenome

Arrebatadora. Apaixonante. Empolgante. Emocionante. É longa a lista de adjetivos que já foram usados para definir História do Novo Sobrenome, o segundo romance da “tetralogia napolitana”, da italiana Elena Ferrante (a resenha do primeiro volume, A Amiga Genial, está aqui).

A escrita de Ferrante é tudo isso e, arrisco dizer, até mais um pouco. Chega a ser difícil explicar tamanha empolgação. Por que Elena Ferrante escreve algo diferente de tudo o que você já leu se, no fim da contas, ela retrata uma história banal, de duas amigas marcadas pela pobreza e pelo destino opressor reservado principalmente às mulheres em Nápoles nos anos 50?

Confesso que não tenho uma resposta definitiva para essa questão, mas o fato é que a escrita de Ferrante tem uma força interna que nos prende ao livro de uma forma que poucos autores conseguem. Uma amiga comentou comigo que começou a guardar o livro em casa, em vez de levá-lo no caminho para o trabalho, para fazer com que a leitura durasse mais tempo. Ferrante é paixão.

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“(…) era provável que de fato não estivesse mirando nada específico. Ela era assim, rompia equilíbrios somente para ver de que outro modo poderia recompô-los.”

Elena Ferrante em A Amiga Genial

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