Chegamos quase ao fim de Dicas da Imensidão, com o conto que dá nome ao livro de Margaret Atwood. Para falar da imensidão da vida, Atwood alterna perspectivas ao assumir diferentes pontos de vista de uma família disfuncional. Acima deles, paira a sombra do passado, representado pela figura do avô em um quadro. Com seus finais abertos, a autora mais uma vez nos permite entrever as várias possibilidades do destino. Na semana que vem, terminamos a leitura com Quarta-Feira Inútil.
Mariane Domingos e Tainara Machado
Dicas da imensidão é provavelmente o conto mais sofisticado, em termos estruturais, desta coletânea. Atwood faz uso de um narrador onisciente que alterna suas perspectivas para construir perfis breves, mas profundos, dos membros de uma família nada convencional.
Leva um tempo até o leitor entender as tensões que marcam as relações entre os personagens. São quatro irmãos – um homem, Roland, e três mulheres, Portia, Prue e Pamela – e o marido de uma delas, George. Portia é casada com George, que tem um caso com Prue, deseja Pamela e é detestado por Roland.