Eu tenho manias pequenas de organização. Digo pequenas porque elas não se estendem a um leque muito amplo de assuntos. Não tenho TOC com sapato virado para baixo, armário desarrumado, caixa de entrada de emails lotada. Não fico paranoica se não guardar minhas contas exatamente em ordem cronológica.
Feito esse parênteses, preciso dizer que sofro de transtorno obsessivo por catalogar e arrumar livros. Começou cedo. Quando eu era pequena, lembro do meu pai catalogando revistas de letra e música (sim, foi no século passado que isso aconteceu), que ele usava para poder tocar violão. Não sei exatamente quais eram seus critérios, mas me recordo que cada revista tinha uma etiquetinha com um número, cada número recebia um título em uma planilha, que ficava em uma pasta e, posteriormente, no computador, e esse sistema permitia que ele achasse facilmente o que queria.
Eu não devia ter mais do que dez anos de idade e achei aquilo incrível. Decidi, então, catalogar meus gibis da Turma da Mônica, que formavam praticamente todo meu acervo literário da época. Era fácil. Como eu não perdia quase nenhuma edição, só precisava seguir a ordem da banca. Mesmo assim, às vezes achava um exemplar perdido pela casa e ficava muito frustrada em ter que incluí-lo no lugar errado, atrapalhando toda a numeração.