A cidade de Paris e o texto de Marcel Proust são sinônimos de sofisticação. A coletânea de crônicas que revela o lado jornalista do célebre escritor francês encontrou a combinação perfeita de forma e conteúdo nesta luxuosa edição da Carambaia. Salões de Paris reúne 22 textos de Proust, publicados entre o final do século XIX e início do XX, a maioria deles no Le Figaro.
As festas requintadas que atraíam a alta burguesia e a nobreza remanescente da França imperial são o principal tema dessas crônicas. A minuciosidade da prosa proustiana é capaz de transportar o leitor ao salão da princesa Mathilde ou ainda ao ateliê da sra. Madeleine Lemaire.
O escritor não economiza nas adjetivações quando retrata os ambientes, tampouco quando introduz os anfitriões e convidados dessas reuniões. Suas observações são carregadas da postura bajuladora que caracterizou tanto o Proust jornalista, quanto o Proust escritor. Sobre a princesa Mathilde, tia do príncipe Luís Napoleão, ele diz:
Essa rudeza um pouco máscula da princesa se tempera a um extrema doçura que transborda de seus olhos, de seu sorriso, de toda a sua hospitalidade. Mas por que analisar o charme dessa anfitriã? Prefiro tentar fazê-los sentir isso, mostrando a princesa no momento em que recebe.
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