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[Dicas da Imensidão] Semana #8

A Era do Chumbo é um conto sobre permanência e morte, amor e degradação e sobre o mistério de uma doença que marcou uma geração. Margaret Atwood pode não ter, nos contos, a mesma habilidade para desenvolver personagens que Alice Munro, mas a mão forte de sua escrita sobre a passagem do tempo faz com que as histórias de Dicas da Imensidão sejam imperdíveis. Na próxima semana, vamos até a página 188, com o conto Peso.

Mariane Domingos e Tainara Machado

Muitas vezes, em Dicas da Imensidão, demoramos a nos situar dentro dos contos escritos por Margaret Atwood. Durante algumas páginas, a leitura flui, mas não fica claro para o leitor onde Atwood quer chegar com aquele texto. Com habilidade, porém, a escritora canadense desenvolve a conclusão de suas histórias, nos surpreendendo com a densidade das camadas de sentido que ela vai sobrepondo para unir passado e futuro numa mesma narrativa.

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[Dicas da Imensidão] Semana #7

Na construção de nossa autoimagem, somos levados a acreditar no que não passa de aparência? Em Tios, sexto conto de Dicas da Imensidão, essa é a pergunta que Margaret Atwood parece fazer ao leitor, nas entrelinhas de uma história de sucesso. Está acompanhando a leitura conosco? Deixe seu comentário abaixo! Na próxima semana, vamos até a página 172, com o conto A Era do Chumbo.

Mariane Domingos e Tainara Machado

No sexto conto de Dicas da Imensidão, mais  uma vez Atwood descreve um arco narrativo que vai da infância à fase adulta, desenvolvendo as ambiguidades da personagem principal da história, Susanna.

O conto, intitulado Tios, começa com uma apresentação de sapateado de Susanna, na qual ela se apresenta sobre uma caixa de queijo com vestido de marinheira. Nesta cena, a autoconfiança da garota já é colocada à prova pelas tias, que a abraçavam e beijavam sem sinceridade. O que importava para a menina, contudo, era a opinião dos “tios”, os irmãos de sua mãe que se encarregam de sua criação após o desaparecimento de seu pai, na guerra.

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[Dicas da Imensidão] Semana #6

No quinto conto da coletânea, Morte por Paisagem, Margaret Atwood usa alguns elementos narrativos que já vimos nos contos anteriores, mas também trabalha temáticas novas, como a ausência e o mistério. Mais uma narrativa que se destaca pela sutileza do texto e pelas metáforas bem construídas. Para a próxima semana, leremos Tios, que vai até a página 154.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Em Morte por Paisagem, notamos, mais uma vez, uma fórmula que parece cara à Atwood: uma personagem relembrando, já na fase adulta, um episódio de sua juventude. O cenário – um acampamento de férias – também remete ao primeiro conto da coletânea e comprova outra inclinação da escritora canadense: as descrições detalhadas de paisagens naturais. Essa tendência, provavelmente, tem relação com a experiência pessoal da autora, que passou boa parte de sua infância nas florestas canadenses (comentamos um pouco sobre isso neste post).

Mais do que um cenário, nessa última leitura, a natureza tem um papel importante. No começo, ela marca presença nos quadros de paisagens que Lois coleciona. Algo nas pinturas a chama, embora ela não saiba explicar bem o quê. Ao revirar suas memórias, essa conexão fica clara.

Os devaneios da Lois já adulta, recentemente enviuvada, nos leva à colônia de férias que era o destino dela e de tantas outras garotas de classe média alta durante os verões. É lá que ela conhece Lucy, uma americana que logo se torna sua amiga. Nem mesmo os longos intervalos entre as temporadas de férias abalam a relação.

Nos breves e espaçados encontros narrados por Lois, notamos o amadurecimento das meninas e como Lucy parecia se adiantar nesse quesito. Talvez o ambiente familiar complexo e um tanto desestruturado fizesse com que a garota acelerasse seu desenvolvimento, de uma maneira nada saudável.

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[Dicas da Imensidão] Semana #5

Quão transformadora é a passagem do tempo em relação a coisas, pensamentos e, principalmente, sentimentos? Esse é o tema central de O Homem do Brejo, quarto conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood. Para a próxima semana, leremos Morte por Paisagem, que vai até a página 128.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O pano de fundo da narrativa de O Homem do Brejo é uma expedição arqueológica para investigar os restos, quase intactos, de um homem de mais de dois mil anos. Embora simbólico, não é nesse episódio da trama em que o tempo se faz protagonista da história, mas sim nas décadas, aparentemente banais, que se passam na vida de Julie.

Julie é uma jovem que obedece a todos os estereótipos de uma aluna universitária liberal – está na fase de descobertas, sem muitos compromissos e pouco empática com tudo que é mais velho e, em sua opinião, ultrapassado. Ela se envolve com seu professor casado, que é mais um clichê da classe – na crise de meia-idade, busca aventuras com as jovens alunas, enquanto a mulher e os filhos o aguardam em casa e conservam sua boa imagem na sociedade.

O começo da paixão é avassaladora, ao menos para Julie. Connor é tudo que ela jamais havia conhecido em um homem. Ela o vê como um super-homem, cuja vida além do seu papel como amante é irrelevante. A maneira como ela vê a esposa de Connor é sintomática do seu desdém pela outra vida do professor:

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[Dicas da Imensidão] Semana #4

Em Ísis na Escuridão, terceiro conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood, acompanhamos, a partir da perspectiva de Richard, a trajetória de Selena, uma personagem misteriosa que encontra na poesia sua ascensão e sua decadência. Para a próxima semana, leremos o conto O Homem do Brejo, que vai até a página 104.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A aura de mistério que envolve Selena aparece logo nos primeiros parágrafos do conto Ísis na Escuridão, quando Richard se questiona como ela foi parar ali, na sua mesa de trabalho. Em seguida, somos levados para uma viagem no tempo que retoma o início da história em comum entre os dois personagens.

Richard conheceu Selena em uma cafeteria, chamada Embaixada da Boêmia, que reunia aspirantes a poetas, músicos e intelectuais. Ambos eram jovens e cheios de projetos grandiosos relacionados à literatura. Era a época de negação do ambiente em que viviam e da esperança de um destino diferente do dos pais, por exemplo:

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