“É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.”
Clarice Lispector em A Paixão Segundo G.H.
“É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.”
Clarice Lispector em A Paixão Segundo G.H.
Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável.
A Paixão Segundo G.H. é um livro sobre a busca pelo real e pelo divino. Em pouco menos de duzentas páginas, Clarice Lispector escancara, através da personagem G.H., a condição humana.
Viver, segundo ela, é um segredo inalcançável para a grande maioria das pessoas que gasta os dias em um sonambulismo confortável, evitando uma epifania aterradora. Não ter a consciência da vida é o padrão, não a exceção.
Apesar da profundidade do enredo, Lispector não perde de vista a trivialidade do cotidiano. A escritora encontra nos fatos mais banais os gatilhos para o turbilhão de descobertas que coroa a narrativa.
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