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“Fora excitante, primeiro não saber o que Robin era e, depois, descobrir. A área cinzenta, como pude observar, fora mal nomeada: na verdade, a área cinzenta era todo outro espectro de novas cores diante dos olhos. Ela tinha o balanço de uma menina. Enrubescia feito um menino. Ela tinha a dureza de uma menina. Tinha a suavidade de um menino.”

Ali Smith em Garota encontra Garoto

[Dicas da Imensidão] Semana #4

Em Ísis na Escuridão, terceiro conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood, acompanhamos, a partir da perspectiva de Richard, a trajetória de Selena, uma personagem misteriosa que encontra na poesia sua ascensão e sua decadência. Para a próxima semana, leremos o conto O Homem do Brejo, que vai até a página 104.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A aura de mistério que envolve Selena aparece logo nos primeiros parágrafos do conto Ísis na Escuridão, quando Richard se questiona como ela foi parar ali, na sua mesa de trabalho. Em seguida, somos levados para uma viagem no tempo que retoma o início da história em comum entre os dois personagens.

Richard conheceu Selena em uma cafeteria, chamada Embaixada da Boêmia, que reunia aspirantes a poetas, músicos e intelectuais. Ambos eram jovens e cheios de projetos grandiosos relacionados à literatura. Era a época de negação do ambiente em que viviam e da esperança de um destino diferente do dos pais, por exemplo:

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[Divã] Existe final feliz na literatura?

“No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.” A famosa frase de Fernando Sabino é sempre lembrada, especialmente nas redes sociais, para indicar que uma situação difícil ainda tem saída. Mas quando pensamos em romance na literatura, fica mais difícil acreditar em final feliz.

Será que o amor é, de fato, como escreveu Ambrose Bierce há mais de um século em Dicionário do Diabo,

Insanidade temporária curada pelo casamento ou pela remoção do paciente das influências sob as quais ele contraiu a doença?

Para além do humor irônico de Bierce, sabemos que a literatura é recheada de romances que não acabaram bem. Os clássicos, como Romeu e Julieta, Anna Kariênina, Emma Bovary e Dom Casmurro, todos contam histórias de paixões que, no enfrentamento de disputas familiares, de convenções sociais, do desgaste do tempo e de olhares suspeitos sobre o casamento, acabaram se desfazendo.

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[Dicas da Imensidão] Semana #3

A personagem forte e a temática universal são os destaques do segundo conto da coletânea Dicas da Imensidão. Em Bola de Cabelo, Margaret Atwood prende o leitor com uma narrativa que gera, desde o título até o desfecho, curiosidade e reflexão. Para a próxima semana, leremos o conto Ísis na Escuridão, que acaba na página 84. Conte para gente o que você está achando da leitura!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Com um início, aparentemente desconexo e um tanto grotesco, Margaret Atwood nos apresenta a personagem Kat, uma mulher independente, bem-sucedida profissionalmente, que atravessa uma fase de questionamentos e descobertas acerca de seu próprio corpo e sua personalidade.

A cena que abre a narrativa é a de Kat contemplando um tumor benigno que foi extraído de seu ovário após uma cirurgia. Ela pediu ao médico que conservasse e lhe entregasse o elemento, em uma espécie de ligação afetiva com aquele corpo estranho que havia sido produzido dentro dela.

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[Resenha] História da Menina Perdida

Depois de alguns meses de espera, enfim chegamos ao desfecho da série napolitana de Elena Ferrante, com a publicação de História da Menina Perdida. Depois de três livros centrados na infância, na adolescência e na juventude de Elena e Raffaella, ou Lenú e Lila, como já nos habituamos a chamá-las, o quarto volume da série alcança as duas na maturidade e, depois, na velhice.

O laço que as une continua a funcionar como uma espécie de força gravitacional, que as aproxima e as repele, a depender das condições externas. Elena tenta escapar dessa misteriosa atração jogando-se nos braços de seu amor de infância, Nino, como ela nos informa já na frase de abertura do livro.

A partir de outubro de 1976 até 1979, quando voltei a morar em Nápoles, evitei estabelecer uma relação estável com Lila. Mas não foi fácil. Ela procurou quase imediatamente entrar mais uma vez à força em minha vida, e eu a ignorei, a tolerei, a suportei.

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