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[Lista] 5 autores que conheci por meio da Flip

A 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty começa nesta quarta-feira, dia 26 de julho, e mal estamos conseguindo conter a ansiedade. Além da expectativa para as mesas e para o clima que toma conta da cidade durante o evento, sabemos que Paraty é uma ótima  oportunidade para conhecer novos autores.

A curadora da edição deste ano, Joselia Aguiar, procurou compor uma seleção de escritores que garantisse paridade de gênero – serão 24 mulheres e 22 homens – e maior diversidade, com maior número de autores negros. Scholastique Mukasonga e Paul Beatty já despontam como as grandes estrelas do evento. Estamos mergulhados nas obras desses escritores para que logo eles apareçam por aqui, e temos certeza que a festa vai nos trazer outras ótimas surpresas.

Enquanto a Flip não começa, relembrei outros autores que conheci em festas passadas – mais precisamente, nas edições de 2008 e 2009:

1. Chimamanda Ngozi Adichie: Em 2008, quando Chimamanda Ngozi Adichie passou pelo Brasil para participar da 6ª edição da Flip, sua fama ainda não era a mesma de hoje. A autora já havia ganho o Orange Prize por Meio Sol Amarelo, mas eu nunca tinha ouvido falar de seus livros.

Infelizmente, não assisti à mesa dela em Paraty, quando ela discutiu a cobertura enviesada que a imprensa costuma fazer da África, um tema que até hoje permeia seus livros e palestras, entre outros assuntos, com Pepetela (veja mais sobre o autor nesta lista).

Comprei e li Meio Sol Amarelo naquelas férias mesmo (saudades, recesso escolar). Desde então, a paixão virou relacionamento sério. Acompanho a escritora de perto pelo Facebook, li praticamente tudo o que ela escreveu e, sempre que possível, indico a leitura de um de seus livros para amigos que  me pedem recomendação. Além da escrita leve sobre temas pesados, Adichie é uma mulher de personalidade forte, com mensagens e posicionamentos firmes sobre racismo e direitos das mulheres. Sem dúvida, uma descoberta e tanto proporcionada pela Flip!

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[Resenha] Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas

Na semana passada, a literatura brasileira perdeu uma de suas vozes contemporâneas mais importantes. Elvira Vigna morreu aos 69 anos, depois de uma longa e secreta luta contra o câncer. Em meio a essa árdua batalha, Elvira publicou Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas pela Companhia das Letras. Se um título forte como esse já desperta a curiosidade dos leitores, as páginas seguintes atiçam ainda mais a mente de quem mergulha nesse livro.

Elvira Vigna, se percebe pelas primeiras linhas, não é uma autora qualquer. Suas frases são curtas, duras. Compreender seu significado exige do leitor entrega que é quase um processo de escrita, no esforço de buscar o não dito nas entrelinhas.

Está escuro e tenho frio nas pernas. No entanto, é verão. Outra vez. Deve ser psicológico. Perna psicológica.
Faço hora, o que pode ser dito de muitos outros momentos da minha vida.
Mas nessa hora que faço, vou contar uma história que não sei bem como é. Não vivi, não vi. Mal ouvi. Mas acho que foi assim mesmo.

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[Dicas da Imensidão] Semana #7

Na construção de nossa autoimagem, somos levados a acreditar no que não passa de aparência? Em Tios, sexto conto de Dicas da Imensidão, essa é a pergunta que Margaret Atwood parece fazer ao leitor, nas entrelinhas de uma história de sucesso. Está acompanhando a leitura conosco? Deixe seu comentário abaixo! Na próxima semana, vamos até a página 172, com o conto A Era do Chumbo.

Mariane Domingos e Tainara Machado

No sexto conto de Dicas da Imensidão, mais  uma vez Atwood descreve um arco narrativo que vai da infância à fase adulta, desenvolvendo as ambiguidades da personagem principal da história, Susanna.

O conto, intitulado Tios, começa com uma apresentação de sapateado de Susanna, na qual ela se apresenta sobre uma caixa de queijo com vestido de marinheira. Nesta cena, a autoconfiança da garota já é colocada à prova pelas tias, que a abraçavam e beijavam sem sinceridade. O que importava para a menina, contudo, era a opinião dos “tios”, os irmãos de sua mãe que se encarregam de sua criação após o desaparecimento de seu pai, na guerra.

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[Dicas da Imensidão] Semana #5

Quão transformadora é a passagem do tempo em relação a coisas, pensamentos e, principalmente, sentimentos? Esse é o tema central de O Homem do Brejo, quarto conto de Dicas da Imensidão, de Margaret Atwood. Para a próxima semana, leremos Morte por Paisagem, que vai até a página 128.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O pano de fundo da narrativa de O Homem do Brejo é uma expedição arqueológica para investigar os restos, quase intactos, de um homem de mais de dois mil anos. Embora simbólico, não é nesse episódio da trama em que o tempo se faz protagonista da história, mas sim nas décadas, aparentemente banais, que se passam na vida de Julie.

Julie é uma jovem que obedece a todos os estereótipos de uma aluna universitária liberal – está na fase de descobertas, sem muitos compromissos e pouco empática com tudo que é mais velho e, em sua opinião, ultrapassado. Ela se envolve com seu professor casado, que é mais um clichê da classe – na crise de meia-idade, busca aventuras com as jovens alunas, enquanto a mulher e os filhos o aguardam em casa e conservam sua boa imagem na sociedade.

O começo da paixão é avassaladora, ao menos para Julie. Connor é tudo que ela jamais havia conhecido em um homem. Ela o vê como um super-homem, cuja vida além do seu papel como amante é irrelevante. A maneira como ela vê a esposa de Connor é sintomática do seu desdém pela outra vida do professor:

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[Resenha] Doze Contos Peregrinos

Um dos problemas de se apaixonar por um escritor é ter que encarar que sua obra é finita. O sentimento de orfandade quando acreditamos que já desbravamos tudo o que havia para conhecer dos nossos autores favoritos é difícil de explicar, mas aposto que muitos vão se solidarizar com a minha história.

Há anos, me sentia órfã de Gabriel García Márquez. Depois dos clássicos, como Cem Anos de Solidão e O Amor nos Tempos do Cólera, passei por muitos livros tentando encontrar a genialidade da escrita que nos faz abrir um sorriso no meio de uma frase e que, de tão marcante, deu origem a um movimento literário próprio, o realismo fantástico.

De livros muito especiais, como o primeiro volume de sua biografia inacabada, Viver para Contar, ao ótimo Crônica de Uma Morte Anunciada, passando pelo não tão bom Memórias de Minhas Putas Tristes, há muito tempo não encontrava uma obra do colombiano que me deixasse tão empolgada quanto Doze Contos Peregrinos (recomendação da Mari, a quem agradeço muito pela dica).

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