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[Dicas da Imensidão] Semana #12

A sétima edição do Clube do Livro do Achados & Lidos nos fez entender um pouco mais porque só se fala de Margaret Atwood. A escritora canadense tem uma habilidade ímpar para transformar a banalidade da vida em literatura profunda, nos fazendo refletir sobre questões contemporâneas, como feminismo, envelhecimento, poder da imagem e da propaganda – temas que aparecem com frequência nos contos de Dicas da Imensidão – sempre de forma surpreendente, com mensagens indiretas, nas entrelinhas. Para quem está triste com o fim da leitura, recomendamos fortemente O Conto da Aia, reeditado recentemente pela Editora Rocco.

Foi também a primeira vez que optamos por um livro de contos para o Clube, e achamos que o formato funcionou muito bem! Esperamos que vocês tenham gostado tanto quanto a gente. Abaixo, publicamos comentários de alguns de nossos leitores, como já fizemos anteriormente.

A oitava edição do Clube do Livro é uma escolha muito especial. Scholastique Mukasonga foi, sem dúvida, a autora que mais nos encantou em nossa viagem à Paraty, para acompanhar a Flip de 2017. Escrever, para ela, foi a única escolha possível diante dos acontecimentos trágicos de sua vida. O título escolhido é Nossa Senhora do Nilo, lançado pela Editora Nós. No nosso perfil no Instagram (@achadoselidos), estamos sorteando um exemplar autografado pela autora. Quer incentivo maior para participar do Clube? Junte-se a nós em mais essa leitura!

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[Divã] Histórias da Flip, parte 2

Ela sobe ao palco. É magra, jovem, de vestido com miúdas estampas animais e cabelo curto. Sua figura não nos prepara e nem antecipa a potência do discurso que vem a seguir. A poeta pernambucana Adelaide Ivánova participou da série Fruto Estranho, que convidou autores a fazer intervenções  e performances antes de seis mesas da programação do Auditório  da Matriz, uma das novidades, da Flip  (Festa Literária Internacional de Paraty) de 2017. Seu texto começou assim:

O problema não é que as pessoas lembrem por meio de fotos, mas que só se lembrem das fotos. Lembrar, cada vez mais, não é recordar a história, e sim ser capaz de evocar uma imagem.

Na foto preto e branco, o corpo de Angela Diniz está de bruços, descalço, de blusa e meia calça, sem a parte de baixo da roupa. Sangue na altura da cabeça. Angela Diniz foi assassinada em 1976 pelo namorado, com três tiros no  rosto e um na nuca.

A foto do corpo de Angela está online.

Ivánova prosseguiu em voz firme, por pouco mais de dez minutos, a relatar minuciosamente feminicídios que ocorreram há poucos ou muito anos, durante o período democrático ou na ditadura, casos célebres e mortes esquecidas pela imprensa, sempre nos lembrando que as fotos desses corpos estão online.

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Dicas da Imensidão] Semana #11

Chegamos ao fim de Dicas da Imensidão e o último conto nos surpreendeu por trazer uma temática diferente dos demais. O estilo narrativo e o poder da linguagem, porém, se mantêm.

O próximo título do Clube do Livro do Achados & Lidos será Nossa Senhora do Nilo, da escritora ruandesa Scholastique Mukasonga. Já resenhamos outro livro dela aqui e contamos como foi sua participação na Flip. Fiquem atentos em nossas redes sociais, porque teremos o sorteio de um livro autografado por ela!

Mariane Domingos e Tainara Machado

Quarta-feira Inútil, como o próprio título prevê, acompanha um dia banal na vida de uma mulher. Não há grandes segredos, revelações ou memórias traumáticas como nas outras narrativas da coletânea, mas nem por isso o conto é menos impactante.

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[Resenha] O Vendido

Pode ser difícil de acreditar vindo de um negro, mas eu nunca roubei nada. Nunca soneguei impostos nem trapaceei no baralho. Nunca entrei no cinema sem pagar nem fiquei com o troco a mais dado por um caixa de farmácia indiferente às regras do mercantilismo e às expectativas do salário mínimo.

As primeiras frases de O Vendido, de Paul Beatty, são um aperitivo do humor sarcástico e um tanto perturbador que marca praticamente todas as páginas desse romance, ganhador do Man Booker Prize no ano passado. Narrado em primeira pessoa por Eu, um garoto negro de um bairro pobre na região da Califórnia, o livro começa com seu julgamento perante a Suprema Corte dos Estados Unidos.

Os crimes de que Eu é acusado são verdadeiramente hediondos: escravizar um funcionário e promover a segregação racial na cidade de Dickens. A realidade, porém, é que Hominy, o escravo, não trabalha nem 15 minutos por dia e fez de tudo para que Eu o aceitasse em sua servidão, argumentando até mesmo que “a verdadeira  liberdade é ter o direito de ser escravo”.

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“Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma ideia, uma pura ideia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da ideia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo. Desde menina, ouvida a mamãe dizer: ‘aprenda a fazer isso, porque quando você se casar’ (…) – e a menina foi se convencendo de que toda a existência tendia para o casamento.”

 

Lima Barreto em
Triste Fim de Policarpo  Quaresma

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