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[Resenha] Tudo Pode Ser Roubado

Garçonete de um famoso restaurante em São Paulo, a personagem principal de Tudo Pode Ser Roubado, romance de estreia de Giovana Madalasso (Todavia Livros, 189 páginas), está sempre à espreita de breves encontros sexuais que possam terminar com objetos de valor sutilmente furtados.

Descrita como uma “sonhadora mequetrefe”, ela parece se importar pouco com o fato de levar uma vida que muitos poderiam caracterizar como sem propósito. Suas ambições momentâneas, depois de sair do “fungo”, o apartamento sem incidência de luz solar em que morou quando chegou a São Paulo, envolvem dar entrada no seu apartamento e não ser demitida do trabalho no restaurante, onde a galeria de alvos potenciais para seus roubos é extensa.  

Seu cotidiano vazio acaba sofrendo uma reviravolta quando é procurada por um tipo duvidoso. Chamado de Biel, o personagem, espécie de pilantra profissional, lhe traz uma proposta arriscada e inusitada: o roubo de um livro raro, usando suas táticas de sedução para subtraí-lo da casa de um professor. O colecionador que contratou os serviços do vigarista nos remete quase imediatamente a Charles Cosac, ex-dono da editora que levava o seu nome e de um sócio (Cosac & Naify). Descrito neste perfil do jornal Valor Econômico como um colecionador voraz de obras de arte, Cosac é de uma personalidade marcante, capaz de levar os dedos do avô falecido pendurados no pescoço.

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[Lista] 5 casas cheias de histórias

1. Casa de Julieta (Casa di Giulietta), em Verona, na Itália: essa sacada da foto talvez seja a mais famosa da literatura mundial! Impossível vê-la e não lembrar desta cena icônica, no Ato II da obra-prima de William Shakespeare:

Julieta aparece na sacada.

Mas que luz raia agora na janela?
É o Oriente; e o Sol és tu, Julieta.
Vem, Sol, matar a despeitosa Lua,
Pálida e enferma, de tristeza e inveja,
Ao ver que sua beleza é superada
Por seu vassalo. (…)

JULIETA Ó, Romeu! Por que tens de ser Romeu?
Renuncia a teu pai, nega teu nome;
Ou então jura amar-me para sempre,
E hei de dizer: não sou mais Capuleto.

A trágica história de amor se passa em Verona. Em meio às discussões se a trama é ficcional ou não, a cidade do norte da Itália abraçou a fama que a literatura lhe emprestou e se fixou no imaginário popular como berço desse amor.

A sacada foi construída muito tempo depois do século XVI, época em que a obra foi escrita, e fez parte dos investimentos da cidade de Verona para atrair os turistas. Podemos dizer que foi um trabalho muito bem feito. A atmosfera do local realmente faz você se sentir dentro da obra de Shakespeare.

A casa é aberta à visitação e é possível inclusive subir até a sacada. No interior, móveis e vestuários recriam as características da época.

As superstições contribuem ainda mais para o turismo. No pátio externo, há uma estátua de bronze de Julieta e diz a lenda que quem tocar seu seio direito terá felicidade no casamento. Nas paredes da entrada, também são depositadas mensagens de amor. Quem já assistiu ao filme Cartas para Julieta sabe dessa tradição!

A prefeitura de Verona tenta conter a prática de escrever direto no muro, para preservar a construção, mas, especialmente em épocas de alta temporada, fica quase impossível esse monitoramento. No verão, o pátio fica lotado e tanto a estátua, quanto o muro e a sacada são bastante concorridos. É preciso um pouquinho de paciência, mas vale a espera!

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