“Hoje em dia, todo mundo era sensível. Todo mundo tinha um vocabulário a negociar. As palavras passaram a ser tão dolorosas como espetos e pedras, ou talvez as peles tenham ficado mais finas.”
Salman Rushdie em Shalimar, o Equilibrista
“Hoje em dia, todo mundo era sensível. Todo mundo tinha um vocabulário a negociar. As palavras passaram a ser tão dolorosas como espetos e pedras, ou talvez as peles tenham ficado mais finas.”
Salman Rushdie em Shalimar, o Equilibrista
Após quatro edições do Clube do Livro do Achados & Lidos, não exageramos ao dizer que A Máquina de Fazer Espanhóis foi o título que, em todas as semanas, nos rendeu, sem dificuldade, posts cheios de reflexões. A escrita de Valter Hugo Mãe consegue ser certeira em dez páginas, cinco, um parágrafo ou duas linhas. Por menor que fosse o trecho lido, sempre encontrávamos espaço para uma análise válida. Esperamos que vocês tenham apreciado a leitura tanto quanto nós e que nosso objetivo de conseguir ainda mais leitores para Hugo Mãe tenha sido alcançado.
E fique ligado: a quinta edição do nosso Clube de Livro começa em janeiro! Escolhemos um título que foi um dos grandes lançamentos de 2016 e muito bem avaliado pela crítica. Enquanto esperamos o início do próximo ano, vamos fazer uma edição relâmpago do Clube com uma leitura temática natalina: o conto A Missa do Galo (Variações sobre o mesmo tema), de Lygia Fagundes Telles. Vocês podem encontrá-lo na coletânea A Estrutura da Bolha de Sabão. Esperamos vocês!
E, como já fizemos anteriormente, abrimos espaço para que os leitores que nos acompanharam ao longo dessa leitura pudessem compartilhar o que acharam do livro. Ficamos muito felizes com a participação de vocês!
O terceiro volume da tetralogia napolitana de Elena Ferrante, publicado no Brasil pelo selo Biblioteca Azul, não só mantém o vigor narrativo dos dois primeiros livros como amplia fronteiras e aprofunda relações [leia também a resenha de A Amiga Genial e História do Novo Sobrenome]. A amizade entre Elena Greco e Rafaella Cerullo cede espaço, como tema central, para a crescente tensão social na Itália das décadas de 60 e 70. A desigualdade, pano de fundo sempre presente nas histórias do bairro, ganha protagonismo quando Elena “foge” e Lila fica em Nápoles.
Elena Greco, a narradora, sempre soube que precisava deixar o bairro e via como válvula de escape a educação. Com autodisciplina, persistência e o apoio velado da mãe ( apesar dos conflitos entre as duas), consegue se formar, escrever e publicar um livro, o que lhe abre as portas da academia, dos jornais e até de uma proeminente família milanesa, os Airota.
“Assim é que, no decorrer de nossas vidas, nossas maiores fraquezas e mesquinharias costumam ser motivadas pelas pessoas que mais desprezamos.”
Charles Dickens em Grandes Esperanças
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