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[Resenha] O Sucesso

Intensidade e precisão são duas características essenciais a um conto. Na coletânea O Sucesso, a escritora brasileira Adriana Lisboa equilibra esses dois elementos em narrativas envolventes cujo principal mérito é partir de episódios cotidianos para construir boas reflexões sobre as relações humanas.

As nove histórias têm personagens que lidam, em diversas fases da vida – infância, meia-idade ou velhice – com sentimentos arrebatadores – saudade, decepção, medo, desejo, raiva, entre outros. Essas diferentes faixas etárias revelam a habilidade de Lisboa em colocar o leitor, independentemente de sua idade, na perspectiva de quem conta ou vive a história.

No conto que empresta o título à coletânea, por exemplo, as personagens principais são duas adolescentes imersas naquele período de transição em que fantasia, expectativa e realidade misturam-se em um turbilhão de sentimentos:

Que estupidez ter doze anos de idade. Um mundo de criança para trás, os brinquedos recém-guardados na gaveta e uma facilidade no trato com as coisas e com as pessoas que havia desaparecido num estalo. Um purpurinado mundo adolescente diante delas, quase ao alcance da mão, mas ainda faltava. Ainda faltava. Aquele lugar onde elas estavam se chamava inferno. O inferno dos doze anos de idade. O corpo insubmisso, a realidade insubmissa.

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[Lista] Mais 12 livros para ler em 2017

Depois da lista da Mari, apresentar minhas leituras para 2017 virou uma tarefa difícil! Entre autores conhecidos e novidades aqui no blog (e pra mim também), tentei resgatar nomes queridos e gêneros variados, com ficção, ensaios, biografias, contos e romances!

Como bem disse a Mari, é claro que ao fim de 2017 a lista de leituras acaba repleta de novidades, lançamentos aguardados (o último volume da tetralogia napolitana, nunca te pedi nada, Biblioteca Azul!) e desvios de rota, porque leitura também é estado de espírito! Mas, por enquanto, essas são minhas escolhas para 2017! Na lista, há alguns lançamentos do ano passado, mas muitos livros que já habitavam a minha estante e mal haviam sido abertos. Isso porque, como sempre, uma das metas para o ano é ler mais e comprar menos!

1. Cinco Esquinas, de Mario Vargas Llosa: O peruano ganhador do Nobel em 2010 é um autor de muitas facetas. Entre observações sobre política e ensaios, Vargas Llosa escreveu também romances intrincados como Conversa na Catedral e thrillers daqueles que não dá para largar até chegar à última página. É o caso de Travessuras de Menina Má. Cinco Esquinas, seu romance mais recente, parece seguir a mesma trilha, em uma história que envolve ameaças, jornalismo sensacionalista e o princípio do fim da ditadura no Peru.

2. Jane Eyre, de Charlotte Brontë: As irmãs Brontë viveram na Inglaterra no século XVIII e são, ao lado de Jane Austen, as grandes vozes femininas na literatura do romantismo inglês. Adoro os livros de Austen, mas as tentativas de ler as obras das irmãs Brontë até hoje foram frustradas. Entre O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, e Jane Eyre, vou começar pelo segundo por retratar uma das personagens mais fortes na história da literatura.

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“Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não tinham sentidos. Andavam como sem ver, sem ouvir, sem falar.”

 

Valter Hugo Mãe em A Desumanização

[Enclausurado] Semana #1

Todos animados para começar o ano com a leitura de Enclausurado, de Ian McEwan? Para a próxima sexta-feira, leremos os dois primeiros capítulos, até a página 26. Acompanhe com a gente!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Um dos lançamentos mais comentados de 2016, Enclausurado, desperta a atenção pela originalidade de seu enredo. Quem imaginaria um feto como narrador de uma trama nada ingênua? A resposta certa é: o escritor inglês Ian McEwan.

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[Resenha] Foe

J. M. Coetzee é conhecido por ser um autor sempre na fronteira do experimentalismo, o que faz com que seja tão amado quanto controverso. Em Diário de Um Ano Ruim, por exemplo, os ensaios encomendados por um editor alemão dividem espaço, na mesma página, com uma espécie de diário do escritor e de sua digitadora, numa história entrecruzada que forma um interessante romance.

A série que compreende Infância, Juventude e Verão é uma espécie de relato biográfico, mas o narrador, em terceira pessoa, se mantém distante, frio, seco. Desonra trata das acusações contra um professor universitário que cai em desgraça, rearranja a vida no interior mas é novamente alvo de violência, num retrato da África do Sul pós-apartheid que deixa um gosto amargo na boca (mas é um dos melhores livros que já li, e que ainda pretendo revisitar).

Foe, publicado em 1986, mas lançado pela Companhia das Letras no Brasil apenas no ano passado, é mais um desses exemplos. O autor deixa a polêmica – um pouco – de lado para resgatar a história do mais famoso náufrago da literatura, Robinson Crusoé, sem abandonar suas raízes contemporâneas e questionadoras.

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