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[Laços] Semana #8

A nona edição do Clube do Livro do Achados & Lidos, com Laços, de Domenico Starnone, foi curta, mas bastante densa. Agradecemos a todos que participaram desta leitura conosco e, especialmente, às leitoras queridas que nos enviaram suas opiniões.

Em 2018, tem mais! Fiquem atentos, pois em janeiro voltamos com uma programação semestral para o clube.

Brenda Leal (@eleonoraaleitora)

Preciso escrever duas coisas sobre esse livro. Laços, de Domenico Starnone me remeteu muito a Dias de Abandono, da Elena Ferrante e assim como o livro de Elena esse fala sobre dor. Em muitos momentos pegamos trechos como: “A dor estava sempre ali”, “Do contrário, que sentido teria o rastro de dor que eu deixara atrás de mim”, dá muita agonia acompanhar o sofrimento dessa família. Em capítulos (livros) separados os personagens contam as suas versões como o momento de separação da família e abrem os seus segredos ao leitor.

São 50 anos de mágoas e situações mal resolvidas, que geram uma família disfuncional. Mas o livro é tão bem escrito que faz você sentir raiva, ao mesmo tempo pena dos personagens.

Outro ponto importante que merece atenção é o texto inicial da tradutora Jhumpa Lahiri, que além de escrever muito bem é completamente apaixonada pelo livro, então já te prepara e emociona antes da leitura.

A metáfora com os laços é muito bonita. Significa os laços familiares, os laços dos cadarços do pai e o elo que ele tinha e os laços que nos obrigam a ficar. Terminei a leitura e tive muito material para refletir. Tem uma teoria que diz que Aldo é uma resposta a personagem de Elena Ferrante em Dias de Abandono. Não acredito que seja. Aldo e Vanda tem seus próprios questionamentos e problemas, além do mais tema é que não falta para debater sobre casamento.

 

Olivia Marak

Laços é um drama familiar que revela o cotidiano de um casamento ao longo de muitos anos e que mostra diferentes ângulos da mesma situação, nos induzindo a considerar todas as questões propostas.

Para mim foi uma leitura um pouco perturbadora, que analisa a complexidade das pessoas e dos relacionamentos.

É uma narrativa envolvente que prende do começo ao fim (aliás não consegui acompanhar o clube do livro, li tudo de uma vez… Hahaha 

 

Gabriela Domingos

Laços é um livro surpreendente, com uma leitura rápida e envolvente. Em cada parte do livro nos ligamos a alguém da família de Aldo e Vanda, e isso é genial!

Na escrita de Domenico Starnone percebemos um belíssimo trabalho que privilegia a memória. O resgate das lembranças e dos traumas de cada personagem trazem reflexões sobre o passado e suas influências no presente.

Somos tomados por diferentes sensações ao longo do romance que definem as difíceis relações familiares.

 

Ana Athanásio

Quando vi que o Achados havia escolhido Laços para o Clube do Livro não gostei. A maior parte da crítica sobre o livro fazia, até então, um paralelo com a obra de Elena Ferrante, a qual detestei. Para minha surpresa, Starnone conseguiu me prender do começo ao fim.

Laços se mostrou uma teia de dor, amor, lembranças e feridas não cicatrizadas  que são capazes de, repentinamente, desmoronar as relações mais sólidas. Talvez por isso Aldo e Vanda acabam prendendo a atenção do leitor. Não é apenas um novo livro de drama familiar cotidiano.

Com uma linguagem mais enxuta, Starnone consegue alcançar uma profundidade incômoda no leitor tendo em vista que, em algum momento, veremos partes de nossas vidas entrelaçadas à história do casal. Um questionamento, uma dor ou uma lembrança de Aldo e Vanda passam a ser nossos demônios.

Há uma frase dita pelo autor em uma das entrevistas dadas que resume o livro e, consequentemente, nossas vidas: “nenhuma vida está realmente sob controle”.

 

Stephany Tiveron

Meu maior desafio nesta edição do Clube foi segurar a leitura das páginas de acordo com trecho proposto em cada semana. Não resisti e falhei, fui fisgada pela história já na curiosa e instigante introdução feita pela tradutora Jhumpa Lahiri! Apesar das pouco mais de cem páginas, e da subdivisão em três partes (que convém mesmo chamar de livros, como está), Laços é realmente uma espécie de caixinha de surpresas.

No início, julguei Aldo um personagem detestável; em seguida, revi todas as minhas impressões, me tornei solidária com a sua situação, ainda que discordasse da maioria de suas atitudes. E então, do meio para o final, me dei conta da façanha do autor: Starnone estava, por meio da construção da narrativa, me lembrando de vários aspectos típicos da vida humana – dúvidas, conflitos e sentimentos, que muitas vezes nos fazem errar ou magoar outras pessoas. É uma história relativamente simples e comum mas que, na minha opinião, traz muitas possibilidades de interpretação. Em resumo, eu diria que é um romance leve cuja preciosidade está nos detalhes. Por exemplo, no episódio sobre como amarrar os cadarços, além da referência ao título, é possível identificar o emaranhado que existe na relação entre o pai e seus filhos.

Outra vez, adorei a indicação! E que venham mais em 2018 =)

[Resenha] Os Caminhos Para a Liberdade

No Estado americano da Geórgia, Cora é propriedade da fazenda dos Randall. Marcada pela vida como escrava, ela nunca imaginou outro destino que não fosse o confinamento da fazenda, a colheita de algodão, os açoitamentos frequentes. Até que a chegada de Ceasar, criado na Virgínia por uma senhora que prometia alforriá-lo, mas que morreu sem ter o feito, muda sua perspectiva sobre o futuro.

Os Caminhos Para a Liberdade, de Colson Whitehead (Editora Harper Collins, 312 páginas), é um livro angustiante, do tipo que te faz querer ler a última página só para saber o destino da personagem principal. Até chegar lá, acompanhamos uma fantasiosa narrativa de fugas e desventuras pelas “ferrovias subterrâneas”, como os abolicionistas chamavam a rede de apoio que ajudou a esconder milhares de escravos e que no livro de Whitehead ganham materialidade, com direito a operadores de estação, maquinistas e passageiros.

O autor divide a narrativa entre personagens e estados americanos. A história começa com a raptura da avó de Cora, Ajarry, na África, a terrível travessia nos navios que transportavam escravos de um continente a outro e o sem número de vezes em que ela foi vendida, já na América.

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[Divã] Retrospectiva literária de 2017

39 livros e contando. Terminei meu 2017 literário muito satisfeita, não só com as 9202 páginas lidas, mas pelos achados, reencontros e experiências que esse ano me proporcionou.

O blog já tem um ano e nove meses de vida e seguimos firmes e fortes, com um ritmo alucinante de publicações. Já tivemos por aqui quase 100 resenhas, 50 listas e 50 textos no Leitor no Divã, além do Marque a Página semanal e do Clube do Livro, que já vai para sua décima edição. Cada texto que publicamos tem em média uma página e meia do Word. Deixo as contas com vocês, porque não sou muito boa nisso, rs, mas sei que é muito conteúdo.

Eu e Tatá tivemos mudanças profissionais em 2017 e confessamos que não foi nada fácil conciliar o blog com as demandas do trabalho. Não foram poucas as semanas em que parecia que não ia dar tempo de terminar a leitura ou escrever o texto. Nossa parceria e o orgulho pelo que construímos aqui manteve aceso nosso compromisso.

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“A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós.”

 

Jane Austen em Orgulho e Preconceito

[Laços] Semana #7

Encerramos a leitura de Laços, de Domenico Starnone, e a última peça desse quebra-cabeça nos surpreendeu! Participou conosco desse Clube do Livro? Envie suas impressões sobre essa leitura no e-mail blogachadoselidos@gmail.com. Publicaremos as opiniões dos leitores aqui no blog na próxima semana!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Ladrões? Vândalos? Vigaristas? Nada disso. No final de Laços, Starnone confirma o que vinha dizendo, desde o início, nas entrelinhas da narrativa: o caos desta família está nela mesma.

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