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Futebol

Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
A bola é a mesma: forma sacra
para craques e pernas de pau.
Mesma a volúpia de chutar
na delirante copa-mundo
ou no árido espaço do morro.
São voos de estátuas súbitas,
desenhos feéricos, bailados
de pés e troncos entrançados.
Instantes lúdicos: flutua
o jogador, gravado no ar
— afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.

 

Carlos Drummond de Andrade

[O Mestre e Margarida] Semana #1

Literatura russa no Clube do Livro do Achados & Lidos, e estamos como? Empolgadíssimas! Hoje, trouxemos uma breve introdução à obra e, para próxima semana, avançamos os dois primeiros capítulos do livro, até a página 48, se você tem a edição da foto.

Ah, e tem sorteio rolando no nosso instagram. Para participar, basta seguir as instruções do post oficial. Se não quiser esperar e já quiser garantir seu exemplar, também pode comprá-lo clicando aqui!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Estamos ansiosas pela leitura de O Mestre e Margarida desde o final do ano passado, quando a Editora 34 lançou essa tradução de Irineu Franco Perpetuo a partir da mais recente edição crítica russa.

Os 100 anos da revolução, comemorado em novembro passado, e a agitação em torno da Rússia, que em 2018 é sede da Copa do Mundo, colocaram esse romance novamente sob os holofotes. Decidimos, então, aproveitar o burburinho e propor a leitura compartilhada do famoso livro do russo Mikhail Bulgákov.

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[Divã] Clima de Copa

O Achados  e Lidos já está em clima de Copa! Entre uma leitura e outra, vamos nos juntar à onda verde e amarela e torcer pelo hexa. E vocês, animados para o mundial? Quais leituras irão embalar as partidas?

 

[Resenha] Fugitiva

Não espere finais felizes dos oito contos reunidos em Fugitiva, uma das coletâneas de textos de Alice Munro. Em suas histórias, a canadense, ganhadora do Prêmio Nobel em 2013, não procura desfechos grandiosos, arrebatadores. A vida, ela nos ensina, é o cotidiano e o banal, e fugir nem sempre é possível.

Embora adore o gênero – enquanto estava lendo Munro, escrevi uma lista com cinco contos que considero imperdíveis -, acho particularmente difícil resenhá-lo. Há nessas coletâneas uma multiplicidade de vozes e temas que nem sempre permitem generalizações.

Os contos em Fugitiva, porém, têm, além das mulheres como protagonistas, alguns pontos de convergência. A inescapabilidade do destino – ou até mais do que isso, a força do acaso, que por vezes assume até um ar místico – é algo recorrente em suas histórias.

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[Divã] Navegar é preciso

Viajar é outra paixão do Achados & Lidos. Para além das viagens que nossas leituras nos proporcionam, sempre que possível partimos para conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes.

Quem nos acompanha no instagram, está acostumado aos posts com a hashtag #turismoliterário. Nossos roteiros incluem, invariavelmente, passeios relacionados ao universo dos livros.

Minha última aventura foi em Havana, capital de Cuba. Foram muitas as livrarias charmosas que encontrei por lá, mas também me surpreendi com as referências às estadias de escritores famosos na ilha.

Em Habana Vieja, centro histórico e mais turístico da cidade, encontramos o Café La Columnata Egipciana, frequentado por ninguém menos que Eça de Queirós em seu período como Cônsul de Portugal de Havana (1872-1874).

Nesse mesmo bairro, vários pontos lembram outro habitué da cidade: Ernest Hemignway. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1954, o escritor americano era apaixonado pela ilha, onde morou entre 1939 e 1960. Os bares La Bodeguita del Medio e El Floridita, ambos em Havana, trazem na fachada e no seu interior a figura do célebre cliente.

Esses passeios me levaram a pensar sobre o quanto grandes escritores foram (ou são) grandes viajantes. Gabriel García Márquez, por exemplo, embora tivesse uma ligação especial com Cartagena, cidade litorânea de sua terra natal, era um verdadeiro cidadão do mundo. Um dos meus livros favoritos de Gabo é uma coletânea de contos que ele escreveu durante sua temporada na Europa – Doze Contos Peregrinos. São 12 histórias curtas que têm um traço em comum: concentram-se em latino-americanos que perambulam pelo Velho Continente.

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