Se o Brasil não tem um prêmio Nobel para chamar de seu, na arquitetura o país acumula dois prêmios Pritzker, a mais prestigiosa premiação do ramo, que já celebrou, além dos brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, grandes nomes como I. M. Pei, responsável pela pirâmide invertida do Louvre, e Zaha Hadid, que entre outros projetos assinou o museu Maxxi em Roma.
São Paulo nas Alturas, do jornalista Raul Juste Lores, nos leva a um passeio de reconhecimento pelos projetos desses dois arquitetos e de muitos outros menos célebres, que moldaram a forma como a cidade se relaciona com a arquitetura.
Niemeyer fez parte da geração modernista que, entre as décadas de 1950 e 1960, alterou o panorama visual – o “skyline”, na falta de uma palavra melhor – da cidade, com a construção de edifícios como o Copan, o Conjunto Nacional, o edifício Itália, entre tantos outros que hoje são ponto de referência na cidade. De forma bastante didática, Lores nos oferece, neste livro, um passeio pelas origens de uma cidade que, no intervalo de duas décadas, deixou para trás as casas e sobrados e os edifícios artdéco para se jogar de cabeça no modernismo, em um raro momento no qual interesses comerciais e artísticos encontraram sintonia.