Clube do livro (página 26 de 27)

Que leitor nunca sonhou em fazer parte de um clube do livro? Essa é a hora! Vamos selecionar um título e queremos que você leia e discuta com a gente!

[Hibisco Roxo] Semana #6

Está acabando! 🙁 Para a próxima semana, lemos mais dois capítulos –  até a página 267, se você tem a edição da foto.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Perdas e descobertas chacoalharam a vida de Kambili. A garota que voltou para casa depois de uma temporada em Nsukka não é mais a mesma.

Em poucos dias, ela ganhou e perdeu alguém na família: seu avô. A breve convivência com ele na casa da tia Ifeoma valeu mais do que os últimos anos de visitas monitoradas e rápidas que Papa autorizava. Sob o incentivo da tia, Kambili se permitiu conhecer melhor aquele “homem pagão” e entender seus costumes.

O estranhamento é claro no começo. Kambili, doutrinada por Papa durante tantos anos, questiona a tia sobre como Nossa Senhora pode interceder por um pagão. O que temos a seguir é uma aula sobre respeito às tradições. Às vezes, nos lembra tia Ifeoma, o que é diferente é tão bom quanto o que é familiar. Estamos – ou ao menos deveríamos estar – todos rezando pelas mesmas coisas.

Em uma das cenas mais bonitas desses últimos capítulos, a garota, convidada pela tia, assiste, com um misto de curiosidade e admiração, à oração matutina do avô. Após acompanhar a cena toda, Kambili nos surpreende com uma conclusão bastante crítica do que viu, comparando os ritos do avô com sua própria religião:

Ele ainda sorria quando me virei silenciosamente e voltei para o quarto. Eu nunca sorria depois de rezar o rosário em casa. Nenhum de nós sorria.

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[Hibisco Roxo] Semana #5

Para a próxima semana, avançamos mais um capítulo, até a página 218 da edição da foto.

Por Tainara Machado e Mariane Domingos

Nos capítulos desta semana, começamos a sentir os cheiros suaves de liberdade oferecidos pelos hibiscos roxos experimentais de tia Ifeoma. Jaja e Kambili foram passar uns dias com a tia na cidade universitária de Nsukka, onde ela mora, e aos poucos são apresentados a um mundo com menos horários fixos e restrições, mais abertura para falar e questionar e até uma relação mais natural, menos forçada com a religião.

Essa mudança de ares nos proporciona um conhecimento mais amplo do país, não só geográfico, mas também socioeconômico. Pela perspectiva de Kambili, já notamos que também em Nsukka há desigualdade por toda parte, embora a menina não formule a questão nesses termos. Ao chegar à universidade, descreve as casas de dois andares com entrada de cascalho para os carros, que mais tarde saberemos que pertenceram aos professores brancos, seguidas por bangalôs e então por blocos de prédios com espaços largos na frente, em vez de entrada de carros. Há ainda os apartamentos colados uns aos outros, que abrigam os funcionários da universidade.

Nos capítulos anteriores, tínhamos conhecido a fartura da casa de Kambili na capital Enugu e no interior, em Abba. Nos raros momentos em que a pobreza era apresentada, sempre surgia a figura “generosa” de Papa distribuindo dinheiro com a mesma facilidade com que distribuía exigências. Na casa de tia Ifeoma, a realidade é outra: os alimentos não são tão variados e o espaço bem menos abundante. À escassez de diversos itens, que para Kambili pareciam tão básicos, se contrapõem a alegria e a praticidade de tia Ifeoma, que aparenta não se abalar com a falta de gasolina iminente ou com a água insuficiente até para descargas.

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[Hibisco Roxo] Semana #4

Para a próxima semana, avançamos mais dois capítulos, até a página 172. Vamos passar da metade do livro! Quem aí já está sentindo a tristeza da despedida dos personagens queridos? :’(

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Tia Ifeoma chegou à história para felicidade geral dos leitores e leitoras feministas! Já estávamos ficando agoniadas com a submissão de Mama e Kambili à figura autoritária e machista de Papa.

Ela é viúva e se desdobra para sustentar os três filhos com seu salário, nem sempre pago em dia, de professora universitária. Tem muito afeto e cuidado com o pai, o avô “pagão” de Kambili, e uma relação conturbada com o irmão, o Papa. Ela questiona a intolerância religiosa de Eugene e critica o uso que ele faz do dinheiro, para comprar as crenças e a aprovação das pessoas.

Kambili vê a tia com olhos de curiosidade e admiração ao mesmo tempo. Os cumprimentos efusivos, a risada alta, os comentários ousados: tudo isso é tão distante do comportamento de Mama, a referência feminina mais próxima da menina.

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[Hibisco Roxo] Semana #3

Nesta última leitura, um mesmo aspecto chamou atenção de nós duas, por isso resolvemos escrever juntas o post de hoje! Para a próxima semana, avançaremos mais dois capítulos (até a página 119, se você tem a edição da foto).

Por Tainara Machado e Mariane Domingos

O drama familiar e as amarras impostas a Kambili e Jaja por um pai absurdamente autoritário são o núcleo de Hibisco Roxo, mas o livro também trata de outros vários temas, entre eles a herança da colonização europeia na Nigéria e a oposição aos costumes e modos de vida ancestrais daquele povo.

Papa é, nas palavras da tia de Kambili, muito “colonizado”. Ele quase nunca fala em igbo, a língua nativa, e gosta que mesmo os habitantes mais simples de seu vilarejo se esforcem para falar inglês. Descartou as religiões “pagãs” e tudo o que, na sua ética bastante particular, seja considerado ímpio, inclusive seu pai, com quem não fala e a quem mal permite que os filhos visitem.

O confronto entre costumes locais e os modos de vida europeu transparece em inúmeros trechos, mas é particularmente interessante em uma reflexão de Kambili diante do comentário de uma das freiras que ensinavam em seu colégio.

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[Hibisco Roxo] Semana #2

Queridos leitores, para estimular o debate, decidimos publicar, em único post, um texto de cada uma sobre os três primeiros capítulos de Hibisco Roxo. Leiam e dividam conosco o que vocês acharam das páginas iniciais da leitura desta semana! Ah, e continuem no ritmo. Semana que vem,  vamos falar por aqui dos próximos dois capítulos do livro (até a página 79, na edição da Companhia das Letras).

Por Tainara Machado

Não gosto de ler contracapas e nem orelhas de livros. Gosto da sensação de iniciar uma leitura sem saber muito bem o que esperar e ser surpreendida. Talvez devesse ter feito isso excepcionalmente para o Clube do Livro, mas mantive a tradição. E, nestas 42 primeiras páginas de Hibisco Roxo, não me arrependi.

Conheci a Chimamanda Ngozi Adichie em uma Flip há muitos anos e adorei Meio Sol Amarelo. Ele é contado a partir de três pontos de vista e tem, como pano de fundo, a guerra que se seguiu à tentativa de criação do estado independente da Biafra. É uma narrativa muito distinta de Americanah, o livro mais recente da Chimamanda. Nele, Ifemelu é uma menina nigeriana que parte para os Estados Unidos e, 15 anos, depois, já uma blogueira bem sucedida, decide voltar à Nigéria e buscar suas raízes.

Com obras tão diferentes no currículo, não sabia muito bem o que esperar de Hibisco, que na verdade foi escrito antes desses outros dois livros. O primeiro capítulo, porém, nos dá algumas pistas importantes e deixa marcados os conflitos que devem nortear a trama.

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