Eu visito livrarias. É isso mesmo: ir à livraria para mim é mais do que sair para fazer uma compra, é um programa de lazer, é turismo. Lógico que, dificilmente, saio de lá sem uma sacolinha que seja, mas consigo passar horas andando pelos corredores, admirando as estantes, tentando entender sua organização (que às vezes não existe) e lendo orelhas de livro ao acaso.

Gosto de livrarias grandes, pela variedade que podem oferecer, mas tenho um carinho especial pelas livrarias pequenas. Vocês se lembram do filme Mensagem para Você?, com Tom Hanks e Meg Ryan? Pois bem, eu sou do tipo que prefere a loja da Kathleen, que é pequena e de bairro, à megalivraria de Joe Fox.

Me parece que o ambiente e a seleção de títulos nas livrarias menores tendem a ser mais acolhedores e interessantes. Acho que há um toque pessoal do dono nas escolhas dos livros que estão nas prateleiras e na organização. Pode ser que eu esteja imaginando tudo isso, mas se eu tivesse um pequeno negócio desse tipo, seria assim.

No entanto, para visitar livrarias é preciso ser um leitor independente e não atrapalhar o trabalho dos livreiros. Como, algumas vezes, só quero ver a capa do livro por curiosidade ou dar aquela folheada nas páginas, sentir o cheirinho de novo, eu mesma procuro e depois de olhar devolvo exatamente no mesmo lugar. Mudar livros de lugar não é permitido em turismo literário. Meu princípio é simples: não gosto quando bagunçam minha estante, por isso não farei isso com a dos outros!

Nas livrarias, também desenvolvo meu lado explorador, o que não acontece muito quando a compra é online. Posso levar horas lá dentro garimpando títulos e capas interessantes nas prateleiras. Não sou do tipo que começa a ler um livro ali mesmo, embora muitas livrarias tenham espaços aconchegantes para isso – que, por sinal, alguns desavisados usam para dormir ou descansar de uma tarde de compras. Eu prefiro me encantar pela capa, orelha e título, e descobrir o conteúdo em casa. Algumas vezes, me decepciono, mas, na maioria das vezes, meu instinto de leitor funciona!

Meus amigos e familiares, normalmente, me elegem como a compradora oficial quando o assunto é livros. Gosto muito desse papel, porque, além de poder visitar a livraria, ainda tenho que buscar na memória todas as minhas leituras. Se eu conheço a pessoa que receberá o presente, já vou com a listinha em mãos. Se não conheço, preciso fazer algumas perguntas básicas para traçar um perfil. Levo muito a sério a missão de escolher um livro para presente. A leitura não é algo que, geralmente, flui naturalmente. Errar na escolha pode significar desencantar e perder um leitor.

Minha paixão por visitas às livrarias se estende também às minhas viagens. Procuro sempre colocar no meu roteiro uma que se destaque na região. Quando o domínio do idioma me permite, saio com uma lembrancinha (ou várias). Esta da foto de cima é da Librería Ulises, localizada em Santiago, no Chile. Ela não é muito grande, mas tem um teto espelhado que parece aumentar o espaço e lhe dá a ótima sensação de estar em um mundo de livros, para onde olhe você os vê. Na seleção de livrarias menores e tradicionais, há ainda a livraria Lello, em Porto, que vale muito a visita, e a Bookmarc, do estilista Marc Jacobs, que conheci durante uma viagem a Nova Iorque. Mas este é assunto para uma Lista da Semana aqui no blog. Quem sabe em breve! ; )

E vocês, também gostam de visitar livrarias? Quais são suas preferidas?

Mariane Domingos

Mariane Domingos

Eu amo uma boa história. Se estiver em um livro, melhor ainda. / I love a good story. If it has been told in a book, even better.
Mariane Domingos

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