Vocês nos ajudaram a escolher, e o título selecionado para a décima edição do Clube do Livro, com 48 votos, foi O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde! Hoje, fazemos uma pequena introdução à obra e, na próxima semana, vamos até o segundo capítulo (página 40 na edição da Penguin-Companhia). E fique atento: no instagram, vamos sortear, no dia 23, um exemplar do livro. Para participar é só acessar o post oficial do sorteio e seguir as instruções.
Mariane Domingos e Tainara Machado
Todo início de ano nos leva a traçar metas, como se a passagem do calendário abrisse oportunidades de nos reinventar. Pois bem, aqui no Achados e Lidos não fugimos à regra e decidimos que não apenas gostaríamos de ler mais clássicos em 2018, como queremos estimular mais pessoas a nos acompanhar nesse objetivo.
Com ajuda de nossos leitores, começamos o ano com uma escolha interessante. Em tempos de super exposição em redes sociais e da cultura do ter maior que o ser, não há clássico mais atual que este. 127 anos depois de sua publicação, O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, continua estimulando ótimas reflexões sobre a relação entre a aparência e a virtude, a vida pública e a privada e o desejo da juventude eterna.
Nascido em Dublin em 1954, Wilde viveu boa parte da vida na Inglaterra, para onde se mudou para estudar em Oxford. O autor estreou na literatura com um título de contos, em 1881, mas nunca foi um escritor de muito sucesso. Sua obra mais conhecida, contudo, tornou-se um clássico que atravessou gerações não apenas por ter desafiado os valores conservadores da Inglaterra vitoriana, mas porque traz reflexões filosóficas e um sarcasmo que o tornam uma obra universal e atemporal.
No livro, Dorian Gray, o personagem que dá título à obra, leva uma vida dupla, mantendo uma aparência de virtude enquanto se entrega a uma vida de hedonismo na alta sociedade, regado por festas e luxúria. Quando um pintor faz um retrato de Dorian, o personagem se apaixona pela própria imagem e faz um pacto para manter aquela aparência para sempre. A partir de então, o personagem para de envelhecer, mas a manutenção de sua beleza e jovialidade intactas o levaria à ruína.
Lançado em 1891, em plena era vitoriana, o romance causou polêmica na Inglaterra, que é definida por um dos personagens do livro como “a terra natal da hipocrisia”. A obra chegou, inclusive, a ser usada como evidência contra o autor em um processo por atentado ao pudor, que o condenou a dois anos de prisão. Dizia-se que a obra era prova de “certa tendência” de Wilde, ou seja, de sua homossexualidade.
No mesmo ano de lançamento do livro, Wilde conheceu lorde Alfred Douglas, pelo qual se apaixonou perdidamente. Em 1895, quando seu sucesso como dramaturgo estava no auge, ele processou o pai de Douglas, o marquês de Queensberry, por difamação. Perdeu a ação e, depois de mais dois julgamentos, foi condenado a dois anos de reclusão por atos de flagrante indecência. Em consequência dessa experiência, escreveu The ballad of Reading Gaol [A balada de Reading Gaol]. Posto em liberdade em 1897, exilou-se imediatamente no continente. Morreu na miséria em Paris em 1900.
O Retrato de Dorian Gray é, sem dúvidas, a obra mais famosa e discutida de Wilde. Por aqui, estamos animadas pela leitura coletiva desse clássico! Certamente, teremos ótimas discussões e paralelos com nossa realidade.
Esperamos você!
Achados & Lidos
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2 de fevereiro de 2018 at 02:55
Estou atrasada, mas comecei a ler hoje! Espero dar conta de alcançar a leitura de vocês hehe…Estou lendo a edição da Abril Clássicos, de capa de tecido verde. A tradução é de José Eduardo Ribeiro Moretsohn. Belíssima iniciativa de vocês, clássicos são clássicos por algum motivo, seguimos descobrindo.
11 de fevereiro de 2018 at 20:31
Bom tê-la por aqui, Natacha! 🙂